terça-feira, 6 de outubro de 2009

Dar e Receber




Nossos relacionamentos são simplesmente um equilíbrio entre dar e receber. O equilíbrio ideal é completo, significa 50/50, mas a maior parte de nossos relacionamentos não é equilibrado. Nós ou damos ou recebemos demais. E em alguns casos, é um desequilíbrio natural. Um filho com certeza receberá mais dos pais do que poderá dar. Um aluno receberá mais de seu professor do que poderá dar, mas é assim que deve ser.

Na maioria dos casos é um cabo de guerra.

Às vezes é 70/30, outras vezes é 20/80. Mas a pergunta é, até que ponto estamos dispostos a deixar que esse desequilíbrio persista? Será que estamos recebendo conscientemente? Será que estamos intencionalmente permitindo que alguém receba de nós?

Ficamos calmos demais nesse cabo de guerra, porque na nossa cabeça tudo é relativo (veja a sintonia da semana passada). Nós tornamos algumas coisas aceitáveis e outras inaceitáveis.

“Estou disposto a aceitar esse tipo de abuso do meu chefe, mas não do meu colega de trabalho”.

“Eu gosto realmente deste cara, por isso vou tolerar o ar de superioridade dele, porque quero ter chance de ficar com ele.”

Então o que há realmente de errado nisso se o abuso acaba resultando em uma recompensa?

Porque estamos abrindo mão da a nossa Luz.

Nós abriremos mão de nossa Luz e viveremos um inferno durante dois anos pela chance de sermos felizes daqui a cinco. Eu falo mais a fundo sobre este conceito no livro “Spiritual Rules of Engagement”. Mas para resumir o livro e o email desta semana: Nós temos que começar a assumir o controle de nossa Luz. Não podemos permitir que outras pessoas ou situações nos deixem felizes, tristes, realizados, ou rejeitados.

Nossa energia tem que ser independente das pessoas e coisas que estão a nossa volta. Independência não significa que devemos viver sem pais, professores, filhos, amigos nem companheiros. Em todos os nossos relacionamentos haverá, em algum momento, um que dá e um que recebe. Mas em todos os momentos, os papéis de quem dá e de quem recebe tem que mudar. É preciso haver um esforço para trabalhar em direção ao estado de 50/50.

Há pessoas neste mundo que vão trabalhar com o único propósito de impressionar o chefe para receber uma promoção. Essas pessoas abdicaram de sua independência. E quando o chefe for demitido, onde estará a Luz delas? Foi embora. Onde estará o potencial de crescimento delas? Foi embora. Saiu pela porta, com o chefe, para quem elas de bom grado entregaram sua Luz.

Você não pode basear seu sucesso ou metas em outras pessoas ou situações. Mas você pode ser independente, ser dono de sua energia, de sua Luz, fazer todo o possível na situação em que se encontra para se aproximar da Luz do Criador, e se importar com outras pessoas. Todo o resto vai se encaixar.

Rav Ashlag, o maior kabbalista do século passado, chama atenção para o fato de mantermos nossa casa e bens materiais trancados a sete chaves, mas nossas posses do 99%, nossa Luz espiritual – deixamos aberta, acessível e livre para qualquer um levar. Isso não é necessariamente uma decisão consciente – todas as vezes que alguém ou alguma coisa me deixa feliz ou triste, estou abrindo mão da minha Luz. Nenhuma pessoa ou coisa deveria me afetar.

Nem por isso devemos nos isolar de todos para não sermos magoados por alguém. Nós queremos ser independentes, mas não solitários. Ser independente quer dizer que ninguém pode me magoar. Eu sou forte e não tenho medo de me abrir com as pessoas e compartilhar com elas. Não importa o que as pessoas façam comigo, eu estarei bem. Pode doer, mas não vai formar uma cicatriz porque sou dono de minha Luz.

Nesta semana, descubra como você está abrindo mão da sua Luz. E descubra de que maneira você toma Luz dos outros. Seja verdadeiro. Seja sincero. E procure o equilíbrio. É o mês de libra – vamos equilibrar a balança.

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