sábado, 20 de junho de 2009

Eu quero ser uma televisão



Em uma sala de aula, a professora pediu aos alunos para fazerem uma redação dizendo o que gostariam de ser, se pudessem escolher. Um menino escreveu o seguinte:

Eu queria ser uma televisão, para receber toda a atenção e o carinho de meus pais. Lá em casa, a televisão sempre foi o centro das atenções. Quando ela está falando, ninguém pode falar, principalmente se for na hora da novela ou do futebol. Quando meu pai chega do trabalho, ao invés de brincar comigo, ele pega o controle remoto da televisão e nem olha pra mim. Os meus pais não resolvem os meus problemas tão rápidos quanto um defeito que aparece na televisão, pois a vida deles não tem graça sem aquele aparelho. Enfim, eu só queria que eles cuidassem de mim como cuidam da sua TV...”

Este texto, infelizmente, reflete a conduta de muitos pais para com os filhos.

O ritmo alucinante da vida atual nos leva ao estresse: é a batalha que travamos para nos mantermos no emprego; é a distância que temos que percorrer e o trânsito caótico que temos que enfrentar para ir e vir do local de trabalho; é o medo de vivermos numa cidade tão violenta; é a dúvida quanto ao futuro; é...é...

Isto faz com que nós, os pais, cheguemos muitas vezes em casa com os nervos à flor da pele.”Que alívio! Consegui chegar ao Lar-doce-lar!”

Tudo o que queremos é um bom banho, uma gostosa refeição, assistir àquele programa preferido e depois dormir o sono dos justos. Afinal, merecemos, depois de um dia de trabalho!

E os filhos? Como vão as crianças? Perguntamos, mas nem sempre ouvimos as respostas.

_ Papai, veja o que eu fiz hoje na escola – diz o menino, mostrando um desenho que ele considera a sua obra-prima. Mas o cansaço é tanto que mal murmuramos: Que lindo!

Argumentamos nós, pais estressados: “Chego cansado do trabalho, mas o que eu faço é para o bem dele. Preciso garantir um futuro melhor para os meus filhos. Amanhã se eu morrer, como é que eles ficarão?

_ Ficarão órfãos, ou melhor, continuarão órfãos, porque já o são de pais vivos.

Está na hora de refletirmos sobre o tempo que dedicamos à nossa família. Trabalhar é preciso, para termos uma estabilidade na vida, mas tudo dentro dos limites razoáveis. Jesus nos disse para que não nos inquietássemos pelo dia de amanhã, pois a cada dia basta o seu fardo.

Em nome de uma garantia futura, de ordem material, deixamos de garantir o presente deve ser alicerçado na ligação afetiva entre pais e filhos. De que adianta acumular bens se o único bem que o filho quer é o amor e dos pais – e este amor eles não tem?

De que adianta ter muitos imóveis – casa de campo, casa de praia – se dentro de casa não há aconchego? É melhor um casebre com amor, com união, do que um palácio solitário.

De que adianta ter carros possantes e velozes, se eles não conseguem diminuir a distância do coração entre pais e filhos?

De que adianta saber tudo sobre informática e falar vários idiomas, se eles não conseguem decodificar a linguagem e o sentimento da alma dos filhos?

Pai/Mãe! O tempo urge! Não deixe para demonstrar amanhã o amor que você sente pelo seu filho! Faça isto hoje! Mostre-lhe, através de palavras e gestos, todo o amor que invade o seu coração! Abrace-o! Beije-o! Diga-lhe: “Eu amo você, meu filho!” Dedique muitos momentos para ele! Ele é mais importante que qualquer empresa! Você tem um compromisso com ele, que foi firmado na Espiritualidade! Ele é temporariamente seu filho, mas ele é, antes de tudo filho de Deus! Que a responsabilidade você tem de educar o filho de Deus! Aja com o coração e não se arrependerá. Aja com o amor e você receberá da Espiritualidade as forças necessárias para conduzi-lo na estrada do bem nesta existência.

terça-feira, 9 de junho de 2009