segunda-feira, 28 de setembro de 2009

03.7 - MEDIUNIDADE x ANIMISMO:

Por Maísa Intelisano (Revista Espiritismo & Ciência Especial - Nº 11 - Mediunidade)



A PALAVRA ANIMISMO VEM DO LATIM ANIMA, QUE significa "alma", e foi usada pela primei¬ra vez por Alexander Aksakov em seu livro Animismo e Espiritismo (Ed. BestSeller), para designar "todos os fenômenos inte¬lectuais e físicos que deixam supor uma atividade extracorpórea ou à distância do organismo humano e, mais especialmente, os fenômenos mediúnicos que podem ser explicados por uma ação que o homem vivo exerce além dos limites do corpo".

André Luiz, em .seu livro Mecanismos da Mediunidade (FEB), pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, define animismo como sendo "o conjunto dos fenômenos psíquicos produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação".

Já Richard Simonetti, em seu livro Mediunidade - Tudo o que você precisa saber (Ed. CEAC), diz que animismo "na prática mediúnica, é algo da alma do próprio médium, interferindo no intercâmbio".

Ramatís, no livro Mediunismo (Ed. do Conhecimento), pela psicografia de Hercílio Maes, diz que "animismo, conforme explica o dicionário do vosso mundo, é o sistema fisiológico que considera a alma como a causa primária de todos os fatos intelectivos e vitais".

"O fenômeno anímico, portanto, na esfera de atividades espíritas, significa a intervenção da própria personalidade do médium nas comunicações dos Espíritos desencarnados, quando ele impõe algo de si mesmo à conta de mensagens transmitidas do Além-Túmulo."




Partindo de definições como estas, o termo passou a ser usado de forma negativa e pejorativa para tudo aquilo que fosse produzido por um médium, mas que não tivesse qualquer contribuição ou participação de espíritos desencarnados. Com essa definição, o animismo passou a ser o pesadelo de todos os médiuns, especialmente os iniciantes, por ser usado como sinônimo de mistificação e fraude.



No ENTANTO, MISTIFICAÇÃO é uma coisa completamente diferente, caracterizada pela fraude consciente do médium e a simulação premeditada do fenômeno mediúnico, com intenção de enganar os outros.

Médium mistificador, portanto, é aquele que finge, premeditada e conscientemente, estar em transe mediúnico, recebendo comunicação de Espíritos desencarnados, quando, na verdade, está apenas inventando a mensagem para impressionar ou agradar as pessoas à sua volta.

A atuação anímica do médium, por sua vez, acontece de forma quase sempre inconsciente, de modo que o próprio médium dificilmente consegue perceber a sua própria interferência ou participação no fenômeno que manifesta, não conseguindo separar o que é seu do que é criação mental do comunicante, mesmo quando o fenômeno, em si, é consciente.



É o que nos diz Hermínio C.Miranda, em seu livro Diversidade dos Carismas (Publicações Lachâtre), quando afirma que "o fenômeno fraudulento nada tem a ver com animismo, mesmo quando inconsciente. Não é o espírito do médium que o está produzindo através de seu corpo mediunizado, para usar uma expressão dos próprios espíritos, mas o médium, como ser encarnado, como pessoa humana, que não está sendo honesto, nem com os assistentes, nem consigo mesmo. O médium que produz uma página por psicografia automática, com os recursos do seu próprio inconsciente, não está, necessariamente, fraudando e, sim, gerando um fenômeno anímico. É seu espírito que se manifesta. Só estará sendo desonesto e fraudando se desejar fazer passar sua comunicação por outra, acrescentando-lhe uma assinatura que não for a sua ou atribuindo-a, deliberadamente, a algum espírito desencarnado." (grifo nosso).



PORTANTO, O ANIMISMO NÃO É DEFEITO MEDIÚNICO e nem deve ser tratado como distúrbio ou desequilíbrio da mediunidade ou do médium. Na verdade, como parte dos fenômenos psíquicos humanos, ele deve ser considerado também parte do fenômeno mediúnico, já que, como diz Richard Simonetti no livro já citado, "o médium não é um telefone. Ele capta o fluxo mental da entidade e o transmite, utilizando-se de seus próprios recursos" (grifo nosso).



"Se o animismo faz parte do processo mediúnico, sempre haverá um porcentual a ser con¬siderado, não fixo, mas variável, envolvendo o grau de desenvolvimento do médium."

Hermínio Miranda, no livro já citado, diz que, "em verdade, não há fenômeno espírita puro" (grifo nosso), de vez que a manifestação de seres desencarnados, em nosso contexto terreno, precisa do médium encarnado, ou seja, precisa do veículo das faculdades da alma (espírito encarnado) e, portanto, anímicas".

Interessante também vermos algumas anotações de Kardec referentes a instruções dos espíritos, em O Livro dos Médiuns:

"A alma do médium pode comunicar-se como qualquer outra".



"O Espírito do médium é o intérprete, porque está ligado ao corpo que serve para a comunicação e porque é necessária essa cadeia entre vós e os Espíritos comunicantes, como é necessário um fio elétrico para transmitir uma notícia à distância, e, na ponta do fio, uma pessoa inteligente que a receba e comunique".



Seja o médium consciente ou inconsciente, intuitivo ou mecânico, dele sempre depende a transmissão e sua pureza".



QUANDO KARDEC, AINDA NO mesmo livro, pergunta se "o Espírito do médium não é jamais completamente passivo", os Espíritos lhe respondem dizendo que "ele é passivo quando não mistura suas próprias idéias com as do Espírito comunicante,mas nunca se anula por completo. Seu concurso é indispensável como intermediário, mesmo quando se trata dos chamados médiuns mecânicos".



Hermínio Miranda, citando ensinamento dos Espíritos no livro de Kardec, diz ainda que "assim como o espírito manifestante precisa utilizar-se de certa parcela de energia, que vai colher no médium, para movimentar um objeto, também para uma comunicação inteligente ele precisa de um intermediário inteligente", ou seja, do Espírito do próprio médium.



"O bom médium, portanto, é aquele que transmite, tão fielmente quanto possível, o pensamento do comunicante, interferindo o mínimo que possa no que este tem a dizer".

"Reiteramos, portanto, que não há fenômeno mediúnico sem participação anímica (grifo nosso). O cuidado que se torna necessário ter na dinâmica do fenômeno não é colocar o médium sob suspeita de animismo, como se o animismo fosse um estigma, e, sim, ajudá-lo a ser um instrumento fiel, traduzindo, em palavras adequadas, o pensamento que lhe está sendo transmitido sem palavras pelos espíritos comunicantes".



Também em O Livro dos Médiuns, quando Kardec pergunta aos Espíritos se "o Espírito do médium influi nas comunicações de outros Espíritos que ele deve transmitir", recebe a seguinte resposta:

"Sim, pois se não há afinidade entre eles, o Espírito do médium pode alterar as respostas, adaptando-as às suas próprias idéias e às suas tendências".



Em seguida, Kardec lhes pergunta se "é essa a causa da preferência dos Espíritos por certos médiuns", ao que os Espíritos respondem:

"Não existe outro motivo. Procuram intérprete que melhor simpatize com eles e transmita com maior exatidão o seu pensamento".



PORTANTO,VEMOS QUE,mais do que parte integrante, o animismo é, até certo ponto, condição necessária para o fenômeno mediúnico, garantindo a sintonia adequada para que a transmissão seja a mais fiel possível às idéias do comunicante. Sem o conteúdo do médium, é muito mais difícil para o Espírito transmitir-lhe suas idéias e o que pretende com elas. De posse do conteúdo mental e até emocional do médium, no entanto, toma-se muito mais fácil para o Espírito se fazer entender, podendo assim transmitir com mais naturalidade e desenvoltura o seu raciocínio.



No livro Mediunismo, Ramatis nos diz que "mesmo na vida física é necessário ajustar-se cada profissional à tarefa ou responsabilidade que favoreça o melhor êxito ou eficiência para alcance dos objetivos em foco".

"Da mesma forma, o espírito do médico desencarnado logrará mais êxito, ao se comunicar com o mundo material, se dispuser de um médium que também seja médico".



"Quando o médium e o espírito manifestante afinizam-se pelos mesmos laços intelectivos e morais, ou coincide semelhança profissional, as comunicações mediúnicas tomam-se flexíveis, eloqüentes e nítidas".



"Os espíritos não se preocupam em eliminar radicalmente o animismo nas comunicações espíritas, porque o seu escopo principal é o de orientar os médiuns, aos poucos, para as maiores aquisições espirituais, morais e intelectivas, a ponto de poderem endossar-lhes, depois, as comunicações anímicas, como se fossem de autoria dos desencarnados".



Notamos, assim, que a preocupação com o animismo é muito mais de médiuns e dirigentes do que dos Espíritos que se comunicam nas reuniões mediúnicas.



MEDIUNIDADE CONSCIENTE é aquela em que o médium, como o próprio nome diz, permanece consciente durante todo o transe, registrando a mensagem e quase tudo o que se passa à sua volta durante a comunicação, e participando ativa e conscientemente do fenômeno, imprimindo à mensagem muito de suas características pessoais. Nesse caso, a comunicação se faz mente a mente, telepática e/ou energeticamente, sem o desdobramento do médium. Mais de 70% dos médiuns apresentam esse tipo de fenômeno.



Mediunidade inconsciente é aquela em que, ao contrário da anterior, o médium, a partir da ligação com o Espírito comunicante, fica inconsciente, incapaz de registrar qualquer parte da mensagem ou mesmo de qualquer coisa que ocorra à sua volta durante o transe. Nesse caso, o médium é totalmente afastado de seu corpo físico, permanecendo projetado durante a comunicação, e o Espírito assume o comando do órgão físico correspondente ao tipo de mensagem (psicografia

braço e mão: psicofonia garganta; ectoplasmia cérebro) a ser transmitido, sem que o conteúdo da mensagem passe por sua mente.



Entre as duas, poderíamos citar a medi unidade semiconsciente, que é aquela em que o médium percebe o que se passa à sua volta, mas não é capaz de registrar completamente todos os detalhes, nem mesmo da mensagem que está transmitindo. Nesse caso, o médium é afastado parcialmente de seu corpo físico e o comunicante se coloca entre este e o seu perispírito, ligando-se tanto com a sua mente, como com o órgão físico correspondente ao tipo de mensagem, atuando duplamente.

Importante notar que fenômeno mediúnico consciente não é o mesmo que fenômeno anímico.



No FENÔMENO CONSCIENTE, a mensagem não é do médium, embora ele esteja consciente de todo o processo e participe do fenômeno que ocorre com ele, sem interferir no seu conteúdo, sem deturpar a idéia central da mesma. O estilo, o vocabulário, a forma e o tom da mensagem são seus, mas o tema, a idéia, a essência e o conteúdo são da entidade.



Por esse motivo, médiuns conscientes costumam transmitir mensagens muito parecidas em termos de estilo e forma, porque é mais ou menos como se recebessem dos mentores um tema e alguns tópicos para redação e coubesse a eles desenvolvê-los, com seu jeito e palavras.



Já no fenômeno anímico, é o Espírito do próprio médium que se comunica e dá a mensagem através de seu próprio corpo em transe, na maioria das vezes sem que ele tenha consciência de que é ele mesmo que está passando a mensagem, mesmo que esteja consciente do fenômeno, e durante o fenômeno. Ou seja, ele pode até estar consciente de tudo, mas não tem consciência de que é ele mesmo que está se comunicando e transmitindo uma mensagem. Ele pode acompanhar o desenrolar da comunicação, mas não sabe que o comunicante é ele mesmo, ou uma porção inconsciente de sua própria consciência ou Espírito.

Importante ressaltar também que é possível a Espíritos encarnados afastar-se de seu corpo físico, em desdobramento ou projeção, e se manifestar por intermédio de outros encarnados que sejam médiuns, sem que, no entanto, esse seja um fenômeno anímico. Na verdade, esse é um fenômeno mediúnico entre encarnados (ou entre vivos, como, incorretamente, se convencionou chamar, já que vivos somos todos, encarnados e desencarnados), pois se caracteriza pela interação espiritual de duas consciências encarnadas diferentes.



Se, como diz Hermínio C.Miranda, não há fenômeno mediúnico sem participação anímica, é importante que o médium se conscientize da necessidade e da importância do estudo sistemático e da prática constante, como meios de garantir uma participação anímica de melhor nível nas comunicações mediúnicas que se fazem por seu intermédio.



Quanto mais conhecimento técnico e teórico tiver o médium, mais fácil será para mentores e amparadores encontrarem, em seus arquivos mentais, material em sintonia com as mensagens a serem transmitidas.

Da mesma forma, quanto mais prática, quanto mais vivência mediúnica e espiritual tiver o médium, mais fácil será para ele mesmo compreender o sentido do que lhe é transmitido, podendo repassar com mais segurança e desenvoltura as idéias que recebe mentalmente.



PES – PODERES EXTRA-SENSORIAIS:

SENDO O ANIMISMO A interferência, participação ou mesmo manifestação do Espírito do próprio médium no fenômeno, vamos notar que determinadas capacidades psíquicas, classificadas como mediúnicas, são na verdade anímicas, por serem capacidades inerentes ao próprio ser humano, pois não dependem da interferência ou ação de mentes externas, encamadas ou desencarnadas, para se manifestarem.



Vejamos alguns desses casos:

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Clarividência, incluindo a precognição, a retrocognição e a visão à distância, que são tipos de clarividência;
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Telepatia que, embora precise de outra mente para se caracterizar, é anímica, funcionando como interação entre receptor e emissor;
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Psicometria, que poderia ser considerada também um tipo de clarividência, já que se trata da visualização de fatos e cenas, geralmente passados, relacionados a objetos;
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Clariaudiência: Capacidade de ouvir sons, vozes extrafísicos.
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Clariolfatismo: Capacidade de sentir odores extrafísicos.
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Transmissão de energias, seja por que técnica ou método for, desde o passe comum até bênçãos, etc.
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Desdobramento ou desprendimento astral, mesmo os ocorridos durante trabalhos mediúnicos ou os provocados mediunicamente, ou seja, por Espíritos desencarnados.



Acontece que, muitas vezes, essas capacidades são despertadas ou desenvolvidas com a ajuda direta de Espíritos desencarnados, dando a impressão de serem mediúnicas. Nesse caso, a capacidade é anímica, pois é da pessoa e poderia se manifestar sem o auxílio de Espíritos, mas a sua manifestação é mediúnica, pois só acontece quando entidades desencarnadas atuam, com energias e fluidos, sobre os comandos que a controlam.



Acontece também de, muitas vezes, os Espíritos desencarnados se comunicarem com as pessoas por meio dessas capacidades anímicas, dando também a impressão de serem mediúnicas. Nesse caso, a capacidade é anímica, pois existe independentemente da presença dos desencarnados, mas o uso é mediúnico, já que é utilizada para a comunicação ou a transmissão de mensagens de Espíritos desencarnados para os encarnados.

Fonte: Revista Especial de Mediunidade - Ciências e Espiritismo


03.8 - TULKU:



Helena Blavatsky alegava que não era a autora do livro [A Doutrina Secreta], mas que este teria sido escrito pelos Mahatmas, utilizando o seu corpo físico, em um processo denominado Tulku, que, segundo a autora, não era um processo mediúnico.



O termo “tulku” abrange um espectro mais amplo de possibilidades, podendo ser definido como sendo uma sombra ou projeção, nesse mundo, de entidades de uma categoria superior. Significa, literalmente, “aparecer num corpo”, “transformar o eu de alguém”, “modificar um corpo” ou “tomar a posse de um veículo”. Mas o termo abrange outros fatos como o de criar um segundo corpo temporário, criar um corpo permanente para ser usado quando necessário e usar o corpo de uma outra pessoa ainda encarnada ou imediatamente após o seu desencarne. Em tibetano a palavra é sprul-sku e em sânscrito é avesa.



Existem numerosos fenômenos na natureza cuja explicação se acha na doutrina do tulkuísmo. É o caso, por exemplo, de Apolônio de Tyana, de Sai Baba, de Antônio de Pádua, de Santa Teresa Neumann 101:30 e de outros santos da Igreja Católica, se “bilocando” e se materializando à distância, e deixando em seu lugar um “fantasma” de si mesmo. Essas criações mágicas, descritas por Patânjali em seus Yoga-sutras como siddhis, poderes adquiridos pela prática iogue, quando feitas por um Buddha, ou um Bodhisattva, são capazes de receber uma vida real, infundida pelo próprio criador, e adquirir personalidade própria.



Os Tulkus podem ser emanações, projeções ou veículos, digamos assim, fabricados por um Ser de elevada espiritualidade, com a finalidade de ficar às suas ordens ou serviço, uma espécie de estátua viva, da mais alta qualidade espiritual e física. Os Tulkus são seres ligados ao seu escultor ou Senhor (de cérebro para cérebro ou de inteligência para inteligência) e coexistem com ele, embora esse não fique completamente encarnado naquele, numa forma de “continuidade de consciência”. São os veículos dos quais se utilizam os Buddhas, Christos e Bodhisattvas (Cf. no Volume 3) para continuar a sua missão de restaurar o Dharma (os ensinamentos da Lei) e reencarnar continuamente até que a última alma se ilumine.



O tulkuísmo, em linhas mais gerais, objetiva o processo de transmitir cultura ou sabedoria (mental, psíquica ou moral) do exterior para o interior, de um ser mais sábio para um aprendiz. Dessa forma, qualquer professor que de alguma forma possa enviar parte da sua consciência e vontade, por um período de tempo variável, para um mensageiro/aluno que seja enviado por ele para ensinar a humanidade ou cumprir uma determinada tarefa, é um exemplo de tulkuísmo. Portanto, generalizando, o aluno seria um tulku de seu professor, o qual lhe transfere seus conhecimentos, e, da mesma forma, tudo o que existe na natureza é tulku de algo que lhe é superior: o homem é tulku do Adepto ou Sábio, o animal é tulku do homem, o vegetal é tulku do animal e o mineral é tulku do vegetal.

A mediunidade está no outro extremo dessa condição de tulku. Todo homem é um médium, falando no sentido de "mediador", de ponte, de pontífice. Enquanto o médium é um simples joguete inconsciente (em transe) e vítima, na maioria das vezes, de embustes de elementais inferiores e elementares habitantes do mundo astral, o tulku desempenha o seu papel sem perda da consciência pessoal. Ele tem conhecimento definido e completo do que está ocorrendo, como se a consciência adquirida fosse a sua própria. O tulku simplesmente empresta o seu organismo “físico/astral” para uso temporário de uma consciência superior, por consentimento mútuo, e não se sente desgastado com isso, muito pelo contrario, se sente amplamente revigorado com a experiência.



O médium comum, para a sua evolução, tem que aprender a dominar completamente suas tendências mediúnicas desordenadas e patológicas, mantendo-as sob o seu domínio e vontade espiritual, não se deixando dominar sob nenhuma hipótese. Tem que se transformar em um mediador consciente (um transmissor) e não um médium de transe inconsciente ou, na melhor das situações, semiconsciente.

O tulku age, na verdade, como um transformador que capta a energia superior e a transmuta em outra que pode ser apreendida pela humanidade. Para servir como mediador, o tulku deve ser capaz de não se sujeitar à vontade de quem quer que seja nem sofrer influências de seu próprio “eu inferior”.



Por isso, as doutrinas religiosas em geral proíbem, desde logo, àquele que há de ser um tulku, todo o ritual que estimule a mediunidade comum e a comunicação com seres astrais que deprimem e sugam a energia mental do médium, para que a Iluminação, que deve ser obtida pelo estudo e esforço da mente, não venha a ser prejudicada. O teósofo tem por meta se preparar para ser tulku de Homens que aprenderam, por meio de árduo treinamento oculto, como se retirar, temporariamente, de suas próprias constituições exteriores e penetrar em outras para transmitir o poder, o conhecimento e a influência deles.

A esses Homens a teosofia chama de Mahatmas (Cf. no Volume 3).

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