sábado, 25 de setembro de 2010

Pedro Ernesto do Rego Batista (1886 - 1942)



Pedro Ernesto do Rego Batista (1886 - 1942)

Médico e político brasileiro nascido em Recife, Estado de Pernambuco, de destacada atuação nas áreas da saúde e da educação e no quadro político do fim da república velha e do Estado Novo. Foi para o Rio para estudar Medicina e, onde possuía Casa de Saúde de renome. Revolucionário de 1930, foi nomeado Interventor Federal na capital da República, em substituição a Adolfo Bergamini e formado pela faculdade de medicina da capital da República, iniciou sua trajetória política (1922) apoiando o movimento tenentista. Aderiu (1929) à Aliança Liberal, de Getúlio Vargas, e por imposição dos tenentes, foi nomeado interventor do Distrito Federal (1931). Seu período de Governo foi relativamente longo, mas não foi contínuo, pode ser subdividido em duas partes: de 1931 a 1935 foi nomeado Interventor e a partir de 1935 passou a ser Prefeito do Distrito Federal eleito indiretamente pela Câmara Municipal. Em 1935 durante alguns meses o Distrito Federal teve como Prefeito Augusto do Amaral Peixoto.

Entre os pontos altos de seu Governo destacam-se as realizações no setor de hospitais e escolas. Construiu e equipou uma rede de hospitais de cuja falta há muito se ressentia o Rio de Janeiro, e, por outro lado, dotou a cidade de numerosas escolas, atendendo à população infantil.

Teve dois grandes auxiliares para realizar esse programa: o Dr. Gastão Guimarães, na Secretaria de Saúde e Assistência e o Prof. Anísio Teixeira, na Secretaria de Educação do Distrito Federal. Entre os hospitais que construiu dois deles se destacam: o Getúlio Vargas, na Penha e o Pedro Ernesto, na Av. 28 de Setembro. Coube a Anísio Teixeira criar a Universidade do Distrito Federal da qual foi o primeiro Reitor e que mais tarde foi incorporada à Universidade do Brasil.




Em sua Administração foi revogado o Plano Agache, aceito e aprovado no Governo de Prado Júnior, mas apesar disto muito do que nele foi previsto foi construído na cidade ao longo de muitos anos, porque ele serviu de base e inspirou outros planos de desenvolvimento.

Ao Prefeito Pedro Ernesto deve-se a instituição do concurso para admissão ao Quadro de Engenheiros da Prefeitura e a criação da Revista Municipal de Engenharia, ambas sob orientação de seu Diretor de Engenharia, o Capitão Delso Mendes da Fonseca.

No Governo de Pedro Ernesto, o Rio de Janeiro passou a ter destaque no automobilismo, porque em 1933 foi realizado na cidade o "1o Prêmio Cidade do Rio de Janeiro de Automobilismo", fato que colocou o Brasil na relação dos países que participavam desta modalidade esportiva.

O circuito da cidade tinha início contornando o Morro dos Dois Irmãos, percorria a Avenida Niemeyer e a Estrada da Gávea, a Rua Marquês de São Vicente, a Praça Santos Dumont e a Avenida Visconde de Albuquerque, onde se completava no final do Leblon. Em 1933 foi vitorioso Manuel de Teffé, piloto que era atração em circuitos internacionais de automobilismo. A corrida de 1938 contou com a presença do Presidente Getúlio Vargas.


Organizou e chefiou o Partido Autonomista, que defendia a autonomia do Distrito Federal e com uma administração popular e humanista, essencialmente voltada para os problemas de educação e saúde. Com o Partido Autonomista conquistando a esmagadora maioria de 18 dos 20 vereadores eleitos (1935) e conforme a legislação da época em que o vereador mais votado era aclamado prefeito, foi eleito para o cargo pela câmara municipal, tornando-se o primeiro prefeito eleito, ainda que de forma indireta, para a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. Viveu no Rio até morrer e tanto fez pela cidade que virou nome de rua, escola, palácio, medalha e hospital. Construiu dezenas de escolas e terminou a obra dos hospitais Getúlio Vargas, Carlos Chagas e Miguel Couto, além de inúmeros centros de saúde. Criou o Departamento de Turismo, a Polícia Municipal e dignificou o funcionalismo, regularizando seus vencimentos e oferecendo assistência médico-jurídica aos servidores. Inclusive, foi pioneiro, quando prefeito, na concessão de subvenções às escolas de samba, alegrando os morros que conheceu ainda estudante, ao participar da campanha de vacinação contra a febre amarela. Acusado de envolvimento no levante comunista (1935), foi preso e condenado pelo Tribunal de Segurança Nacional (1936). Afastado da Prefeitura e cassada sua patente de coronel-médico da reserva do Exército, foi absolvido (1937) pelo Supremo Tribunal Militar e libertado após um ano de reclusão. Ingressou na União Democrática Brasileira (1937), mas com a decretação do Estado Novo foi novamente preso e cumpriu pena de prisão domiciliar em Campanha, Estado de Minas Gerais. Novamente em liberdade voltou ao Rio de Janeiro, mas morreu logo depois, aos 55 anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário