A renúncia não é uma meta em si, mas um meio para alcançar um fim - a meta da transformação e da divinização.
Não existe um caminho que sirva para todos. Alguns podem ser atraídos pela senda do celibato; outros podem preferir o casamento. O casamento pode ser a base para uma vida espiritual se o casal estiver empenhado no crescimento de suas almas. O carma de alguns pode levá-los a viver e trabalhar em cidades; outros podem preferir uma vida de isolamento e contemplação.
O vegetarianismo não é um requisito para a senda espiritual, mas reduzir ou eliminar o consumo de carne pode ajudar a mente a concentrar-se no Deus interior. O açúcar, o álcool, as drogas e a nicotina são obstáculos na senda. Servem apenas para nos pregar à cruz do mundo material.
Mas se não estivermos prontos para viver uma vida ascética, como os monges do deserto, não devemos permitir que isto nos impeça de tornarmo-nos místicos.
Hoje em dia existe o conceito errado de que é preciso ser "perfeito" para ser espiritual. Ser perfeito é uma tarefa desencorajadora. As pessoas terão vontade de desistir antes mesmo de começar. "Como posso trilhar uma senda espiritual", perguntam algumas pessoas, "se sequer posso passar um dia sem me irritar e nem tenho tempo para meditar ou orar?"
Quando as Escrituras nos dizem para sermos "perfeitos" usam a palavra grega "teleios", que significa "iniciado" na terminologia das religiões de mistério. Se Jesus e Paulo eram místicos, quando nos exortavam a sermos perfeitos, estavam dizendo para nos tornarmos iniciados - isto é, para nos prepararmos para o processo de divinização.
Como vimos, alcançar a união com Deus não é algo instantâneo, mas gradual.
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