quinta-feira, 10 de março de 2011

Sala de Aula sem Competição


Qual seria a contribuição de um educador sob a luz da pedagogia espírita para promover um ambiente igualitário dentro da sala de aula? Essa pergunta é interessante, uma vez que a pedagogia espírita até mesmo contesta a sala de aula, mas se entendermos neste momento esse termo como o espaço de reunião de crianças, como poderíamos fazer esse espaço de cooperação e contribuição mútua entre as crianças?

Em um mundo competitivo, onde o conceito de propriedade é imposto desde muito cedo às crianças, onde os estímulos para se vencer, se melhor são intermitentes como se pode fazer tal proeza?

Minhas reflexões sobre isso apontam premissas para pelo menos se entrar em uma sala de aula de começar essa tarefa.
A primeira reflexão é que somos espíritos, individualidades eternas que tem na evolução em direção a Deus, o criador, sua finalidade. Esse Deus defino como sendo infinitamente bom, justo e amoroso e essa evolução vem de vidas passadas e se perderá nos séculos vindouros com muitas experiências a serem vividas pela reencarnação.

Essas premissas colocam-me diante dos seguintes fatos em uma sala de aula: as crianças ali são todas marcadas pela divindade, assim sendo todas são boas como Deus o é, embora pela evolução possam apresentar cada uma um momentâneo desalinho aparente e, por fim, que o processo de evolução por si só se faz por meio educativo e, assim sendo, por envolvimento de uma pessoa com outra.

Assim, cuidados que tomo e penso quando estou com as crianças para evangelizar:

a) Conhecer cada criança, entender o que querem ali e por que estão em minha aula, tento tratar todos de uma forma e única, sem privilégios ou predileções, embora para cada qual meu enfoque de atenção e contato seja de acordo com o interesse de cada um.

b) Se todos estão em processo evolutivo, inclusive eu, o processo educativo deve ser sem hierarquia rígida e fazer com que o conhecimento seja construído de forma conjunta e compartilhado, ou seja,minha presença como evangelizadora não é imposta como a detentora do conhecimento e sim como alguém que quer poder ajudar .

c) Felizmente não tenho que dar provas e notas, pois o interesse é que o conhecimento seja vivenciado e não decorado e muitas vezes durante os debates ando pelos grupos e vou discutindo com eles as respostas das perguntas que me fazem, ou vejo que um grupo está no caminho mais certo que os outros e peço que esse grupo exponha rapidamente a linha de pensamento para os outros. Ou seja, ali o momento não é de competição mas de construção, sem estresse para ninguém.

d) E por fim, pergunto mais do que qualquer coisa durante minhas aulas, e faço perguntas para todos e de forma direta e específica, fazendo com que todos falem e dêem suas opiniões e isso acaba por incentivar que todos participem pois vêem seus amigos falarem sem ter o medo estarem sendo cobrados por respostas certas ou erradas.

As minhas observações levam-me a dizer que os resultados que consigo com esses métodos ajudam a deixar a galerinha mais tranquila, as crianças, os jovens se respeitam mais , ajudam-se mutuamente e aproveitam muito mais o tempo de aula, com um aprendizado mais efetivo.

O que acha disto? Quais são suas experiências?

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