Dai-me Senhor, a perseverança das ondas do mar, que fazem de cada recuo um ponto de partida para um novo avanço.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
A serpente e o vagalume
Conta uma lenda que certa vez uma serpente começou a perseguir um vaga-lume.
Ele fugiu rápido, com medo da feroz predadora. A serpente, contudo, nem pensou em desistir.
O inseto fugiu um dia. Ela não desistiu. Dois dias. E ela continuou a persegui-lo.
No terceiro dia, já sem forças, o vaga-lume parou e disse à cobra:
Posso te fazer três perguntas?
A serpente ficou surpresa com a ousadia de quem ela pretendia devorar. Entretanto, respondeu:
Não costumo abrir esse precedente para ninguém. Mas já que vou te devorar mesmo, pode perguntar...
Pertenço à tua cadeia alimentar?
Claro que não. – Esclareceu de pronto o ofídio.
Eu já te fiz algum mal? – Indagou o vaga-lume.
Não. – Disse a serpente.
Então, por que você quer acabar comigo?
A cobra deu um suspiro e esclareceu:
Porque eu não suporto te ver brilhar...
A cada passo, na estrada humana, encontramos a sombra da inveja. Muito raramente a pessoa admite que é invejosa, embora se torture intimamente por causa desse mal.
O invejoso se sente arder por dentro cada vez que se vê impossibilitado de ter o que os outros têm, de fazer o que os outros fazem ou de ser como os outros são.
O mais lamentável é que o invejoso por não conseguir ou não desejar se esforçar para chegar aonde o outro chegou, tudo faz para o derrubar.
É comum, assim, que o invejoso monte calúnias, divulgue mentiras diversas, espalhe malquerenças.
Tudo como se desejasse se vingar daqueles cujo grande erro está em não pedir satisfação a ele quanto ao que fazer dos próprios haveres ou da própria vontade.
A inveja é essa força perturbadora que enceguece o invejoso.
Tanto que ele não se apercebe de que se lutasse como os outros lutam, se trabalhasse como os outros trabalham, por certo poderia conquistar o que é fruto da sua inveja.
* * *
Se você pretende se aproximar do Supremo Bem, abandone a inveja que somente enfeia as vidas humanas.
Afaste-se dessa agonia que a inveja impõe.
Aprenda a comentar positivamente os bons feitos das pessoas.
Cumprimente com honestidade os que se apresentam com qualquer virtude que você ainda não possua.
Imite os bons exemplos e as providências felizes.
Pense que ninguém é igual a ninguém. Cada qual é portador de possibilidades de conquistas diferentes.
E que muitos e diversos são os desfechos nos caminhos humanos.
Uns utilizam as mãos para acariciar as teclas e extrair melodias do teclado. Outros as utilizam para debelar enfermidades, através de complicadas cirurgias.
Uns brilham na oratória. Outros se servem da palavra para o consolo e a esperança.
Uns escrevem leis, outros compõem poemas.
Alguns olham para o céu e descobrem a maravilha do Universo sempre em expansão.
Outros se detêm a explorar a intimidade dos mares, descobrindo a riqueza da vida que se renova, constantemente.
Há diplomatas hábeis para as relações internacionais.
Também portas adentro dos lares, criaturas valorosas estabelecendo pontes de paz, para a harmonia doméstica de todos os dias.
Aprenda a viver contente em toda e qualquer situação.
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