Os encantos de Yemanjá
O Brasil é orgulhoso do
grande império de suas águas. Principalmente o mar, de todas as cores,
matizes e luzes é o Grande Senhor da nossa costa, que penetrando por
todos os lados desse imenso país, abraça nossa terra, em enseadas,
golfos e baías.
Mas apesar de sua beleza, no mar há uma
força maior, uma força que impera, que reina a Senhora absoluta de
todas as águas, de tudo que vive na água e possa viver. Há sim, uma
força que ordena e não pede, que manda e que decide sobre o vida dos
pescadores, de todos que se aventurarem a entrar em seu território e de
todos aqueles que têm vistas para alcançar o verde de seu mar.
Em
cada canto desses mares, nas ondas dos surfistas, nas praias, nas
cabanas dos pescadores, nos altos desses montes, Ela será sempre a
Grande Senhora. Ninguém pode se atrever a dizer que não é vassalo servil
do grande reino de Iemanjá. Porque de fato, Iemanjá é a Rainha das
águas. A tranqüilidade na superfície do mar, ou a tempestade rugindo, as
ondas quebrando-se sobre as embarcações ou sobre as praias, tudo é
conduzido pela sua mão suprema.
Nada se altera, nada se
faz ou se transforma, sem que seja sua vontade. Iemanjá de tantos
poderes, de tantos nomes e tantos filhos, sempre foi exaltada por negros
e brancos e seu culto se verifica de norte a sul no Brasil.
MITOLOGIA
LENDA (Arthur Ramos)
Com
o casamento de Obatalá, o Céu, com Odudua, a Terra, que se iniciam as
peripécias dos deuses africanos. Dessa união nasceram Aganju, a Terra, e
Iemanjá (yeye ma ajá = mãe cujos filhos são peixes), a Água. Como em
outras antigas mitologias, a terra e a água se unem. Iemanjá desposa o
seu irmão Aganju e tem um filho, Orungã.
Orungã, o
Édipo africano, representante de um motivo universal, apaixona-se por
sua mãe, que procura fugir de seus ímpetos arrebatados. Mas Orungã não
pode renunciar àquela paixão insopitável. Aproveita-se, certo dia, da
ausência de Aganju, o pai, e decide-se a violentar Iemanjá. Essa foge e
põe-se a correr, perseguida por Orungã. Ia esse quase alcançá-la quando
Iemanjá cai no chão, de costas e morre. Imediatamente seu corpo começa a
dilatar-se. Dos enormes seios brotaram duas correntes de água que se
reúnem mais adiante até formar um grande lago. E do ventre desmesurado,
que se rompe, nascem os seguintes deuses: Dadá, deus dos vegetais;
Xango, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do
mar; Oloxá, deusa dos lagos; Oiá, deusa do rio Niger; Oxum, deusa do rio
Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Orixá Okô, deusa da agricultura; Oxóssi,
deus dos caçadores; Oké, deus dos montes; Ajê Xaluga, deus da riqueza;
Xapanã (Shankpannã), deus da varíola; Orum, o Sol; Oxu, a Lua.
Os
orixás que sobreviveram no Brasil foram: Obatalá (Oxalá), Iemanjá (por
extensão, outras deusas-mães) e Xango (por extensão, os outros orixás
fálicos).
Com Iemanjá, vieram mais dois orixás
yorubanos, Oxum e Anamburucu (Nanamburucu). Em nosso país houve uma
forte confluência mítica: com as Deusas-Mães, sereias do paganismo
supérstite europeu, as Nossas Senhoras católicas, as iaras ameríndias.
A
Lenda tem um simbolismo muito significativo, contando-nos que da
reunião de Obatalá e Odudua (fundaram o Aiê, o "mundo em forma"), surgiu
uma poderosa energia, ligada desde o princípio ao elemento líquido.
Esse Poder ficou conhecido pelo nome de Iemanjá.
Durante
os milhões de anos que se seguiram, antigas e novas divindades foram
unindo-se à famosa Orixá das águas, como foi o caso de Omolu, que era
filho de Nanã, mas foi criado por Iemanjá.
Antes disso,
Iemanjá dedicava-se à criação de peixes e ornamentos aquáticos, vivendo
em um rio que levava seu nome e banhava as terras da nação de Egbá.
Quando
convocada pelos soberanos, Iemanjá foi até o rio Ogun e de lá partiu
para o centro de Aiê para receber seu emblema de autoridade: o abebé
(leque prateado em forma de peixe com o cabo a partir da cauda), uma
insígnia real que lhe conferiu amplo poder de atuar sobre todos os rios,
mares, e oceanos e também dos leitos onde as massas de águas se
assentam e se acomodam.
Obatalá e Odudua, seus pais,
estavam presentes no cerimonial e orgulhosos pela força e vigor da
filha, ofereceram para a nova Majestade das Águas, uma jóia de
significativo valor: a Lua, um corpo celeste de existência solitária que
buscava companhia. Agradecida aos pais, Iemanjá nunca mais retirou de
seu dedo mínimo o mágico e resplandecente adorno de quatro faces. A Lua,
por sua vez, adorou a companhia real, mas continuou seu caminho, ora
crescente, ora minguante..., mas sempre cheia de amor para ofertar.
A
bondosa mãe Iemanjá, adorava dar presentes e ofereceu para Oiá o rio
Níger com sua embocadura de nove vertentes; para Oxum, dona das minas de
ouro, deu o rio Oxum; para Ogum o direito de fazer encantamentos em
todas as praias, rios e lagos, apelidando-o de Ogum-Beira-mar,
Ogum-Sete-ondas entre outros.
Muitos foram os lagos e
rios presenteados pela mãe Iemanjá a seus filhos, mas quanto mais
ofertava, mais recebia de volta. Aqui se subtrai o ensinamento de que "é
dando que se recebe".
IEMANJÁ ABRASILEIRADA
Iemanjá,
a Rainha do Mar e Mãe de quase todos os Orixás, é uma Deusa
abrasileirada, sendo resultado da miscigenação de elementos europeus,
ameríndios e africanos.
É um mito de poder aglutinador,
reforçado pelos cultos de que é objeto no candomblé, principalmente na
Bahia. É também considerada a Rainha das Bruxas e de tudo que vem do
mar, assim como é protetora dos pescadores e marinheiros. Governa os
poderes de regeneração e pode ser comparada à Deusa Ísis.
Os
grandes seios ostentados por Iemanjá, deve-se à sua origem pela linha
africana, aliás, ela já chegou ao Brasil como resultado da fusão de
Kianda angolense (Deusa do Mar) e Iemanjá (Deusa dos Rios). Os cabelos
longos e lisos prendem-se à sua linhagem ameríndia e é em homenagem à
Iara dos tupis.
De acordo com cada região que a cultua
recebe diversos nomes: Sereia do Mar, Princesa do Mar, Rainha do Mar,
Inaê, Mucunã, Janaína. Sua identificação na liturgia católica é: Nossa
Senhora de Candeias, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da
Conceição, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora da Piedade e Virgem
Maria.
Do mesmo modo que varia seu nome, variam também
suas formas de culto. A sua festa na Bahia, por exemplo é realizada no
dia 2 de fevereiro, dia de Nossa Senhora das Candeias. Mas já o Rio de
Janeiro é dia 29 de dezembro que se realiza suas festividades. As
oferendas também diferem, mais a maioria delas consiste em pequenos
presentes tais como: pentes, velas, sabonetes, espelhos, flores, etc. Na
celebração do Solstício de Verão, seus filhos devotos vão às praias
vestidos de branco e entregam ao mar barcos carregados de flores e
presentes. Às vezes ela aceita as oferendas, mas algumas vezes manda-as
de volta. Ela leva consigo para o fundo do mar todos os nossos
problemas, aflições e nos trás sobre as ondas a esperança de um futuro
melhor.
COMO É IEMANJÁ?
Iemanjá
apresenta-se logo com um tipo inconfundível de beleza. No seu reinado, o
fascínio de sua beleza é tão grande como o seu poder. Ora é de um
encanto infinito, de longos cabelos negros, de faces delicadas, olhos,
nariz e boca jamais vistos, toda ela graça e beleza de mulher.
Outras
vezes, Iemanjá continua bela, mas pode apresentar-se como a Iara,
metade mulher, metade peixe, as sereias dos candomblés do caboclo. Como
um orixá marítimo, ela é a mais prestigiosa entidade feminina dos
candomblés da Bahia, recebe rituais de oferendas e grandes festas lhe
são dedicadas, indo embarcações até o alto-mar para lhe atirar mimos e
presentes. Protetoras das viagens e dos marinheiros, obteve o processo
sincrético, passando a ser a Afrodite brasileira, padroeira dos amores,
dispondo sobre uniões, casamentos e soluções amorosas. Quem vive no mar
ou depende de amores é devoto de Iemanjá. Convergem para ela orações e
súplicas no estilo e ritmos católicos.
Mas o que
importa seus nomes, suas formas e aparência, se nada modifica a força de
seu império, senão altera a grandeza do seu reinado?
Queixas
são contadas a Iemanjá, esperanças dela provêm, planos e projetos de
amor, de negócios, de vingança, podem ser executados caso ela venha a
dar seu assentimento.
Grande foi o número de ondas que
se quebrou na praia, mas maior ainda, foi o caminho percorrido pelo mito
da divindade das águas. Das Sereias do Mediterrâneo, que tentaram
seduzir Ulisses, às Mouras portuguesas, à Mãe D'água dos iorubanos, ao
nosso primitivo Igpupiara, às Iaras, ao Boto, até Iemanjá. E, neste
longo caminhar, a própria personalidade desta Deusa, ligada
anteriormente à morte, apresenta-se agora como protetora dos pescadores e
garantidora de boa pesca, sempre evoluindo para transformar-se na deusa
propiciadora de bom Ano Novo para os brasileiros e para todos que nesta
terra de Sol e Mar habitam.
DEUSA LUNAR DA MUDANÇA
A
Deusa Iemanjá rege a mudança rítmica de toda a vida por estar ligada
diretamente ao elemento água. É Iemanjá que preside todos os rituais do
nascimento e à volta as origens, que é a morte. Está ainda ligada ao
movimento que caracteriza as mudanças, à expansão e o desenvolvimento.
É
ela, como a Deusa Ártemis o arquétipo responsável pela identificação
que as mulheres experimentam de si mesmas e que as definem
individualmente.
Iemanjá quando dança, corta o ar com
uma espada na mão. Esse corte é um ato psíquico que conduz a
individualização, pois Iemanjá separa o que deve ser separado, deixando
somente o que é necessário para que se apresente a individualidade.
Sua
espada, portanto, é um símbolo de poder cortante que permite a
discriminação ordenativa, mas que também pode levar ao seu abraço de
sereia, à regressão e à morte.
Em sua dança, Iemanjá
coloca a mão na cabeça, um ato indicativo de sua individualidade e por
isso, é chamada de"Yá Ori", ou "Mãe de Cabeça". Depois ela toca a nuca
com a mão esquerda e a testa com a mão direita. A nuca é símbolo do
passado dos homens, ao inconsciente de onde todos nós viemos. Já a
testa, está ligada ao futuro, ao consciente e a individualidade.
A
dança de Iemanjá pode ser percebida como uma representação mítica da
origem da humanidade, do seu passado, do seu futuro e sua
individualização consciente. É essa união antagônica que nos dá o
direito de vivermos o "aqui" e o "agora", pois sem "passado", não temos o
"presente" e sem a continuidade do presente, não teremos "futuro".
Sugere ainda, que a totalidade está na união dos opostos do consciente
com o inconsciente e dos aspectos masculinos com os femininos.
Como
Deusa Lunar, Iemanjá tem como principal característica a "mudança". Ela
nos ensina, que para toda a mulher, o caráter cíclico da vida é a coisa
mais natural, embora seja incompreendido pelo sexo masculino.
A
natureza da mulher é impessoal e inerente a ela como um ser feminino e
altera-se com os ciclos da lua: fase crescente, cheia, meia-fase até a
lua obscura. Essas mudanças não só se refletem nas marés, mas também no
ciclo mensal das mulheres, produzindo um ritmo complexo e difícil de
entender. A vida física e psíquica de toda a mulher é afetada pela
revolução da lua e a compreensão desse fenômeno nos propicia o
conhecimento de nossa real natureza instintiva. Em poder desse
conhecimento, podemos domesticar com o esforço consciente as inclinações
cíclicas que operam-se a nível inconsciente e nos tornarmos não tão
dependentes desses aspectos escondidos de nossa natureza semelhante aos
da lua.
ARQUÉTIPO DA MATERNIDADE
Iemanjá
é por excelência, arquétipo da maternidade. Casada com Oxalá, gerou
quase todos os outros orixás. É tão generosa quanto as águas que
representa e cobrem uma boa parte do planeta.
Iemanjá é
o útero de toda a vida, elevada à posição principal da figura materna
no panteão de iorubá (Ymoja). Seu sincretismo com a Nossa Senhora e a
Virgem Maria lhe conferem a supremacia hierárquica na função materna que
representa. É a Deusa da compaixão, do perdão e do amor incondicional.
Ela é "toda ouvidos" para escutar seus filhos e os acalenta no doce
balanço de suas ondas. Ela representa as profundezas do inconsciente, o
movimento rítmico, tudo que é cíclico e repetitivo. A força e a
determinação são suas características básicas, assim como o seu gratuito
sentimento de amizade.
Como Deusa da fecundidade, da
procriação, da fertilidade e do amor, Iemanjá é normalmente representada
como uma mulher gorda, baixa, com proeminentes seios e grande ventre.
Pode, também como já falamos, aparecer na forma de uma sereia. Mas, não
importando suas características, ela sempre se apresentará vinculada ao
simbolismo da maternidade.
Iemanjá
surge nas espumas das ondas do mar para nos dizer que é tempo de
"entrega". Você está carregando em seus ombros um fardo mais pesado do
que possa carregar? Acha que deve realizar tudo sozinha(o) e não precisa
de ninguém? Você é daquelas pessoas que "esmurra ponta de prego" e quer
conseguir seu intento nem que tenha que usar à força? Pois saiba que a
entrega não significa derrota. Pedir ajuda também não é humilhação, a
vida tem mais significado quando compartilhamos nossos momentos com mais
alguém. Geralmente esta entrega ocorre em nossas vidas forçosamente. Se
dá naqueles momentos em que nos encontramos no "fundo do poço", sem
mais alternativas de saída, então nos viramos e entregamos "à Deus" a
solução. E, é exatamente nesta hora que encontramos respostas, que de
maneira geral, eram mais simples do que imaginávamos. A totalidade é
alimentada quando você compreende que o único modo de passar por algumas
situações é entrega-se e abrir-se para algo maior.
Quando
abrimos uma brecha em nosso coração e deixamos que a Deusa atue em nós,
alcançamos o que almejamos. Entrega é confiança, mas tente pelo menos
uma vez entregar-se, pois lhe asseguro que a confiança virá e será tão
cega e profunda quando a sua desconfiança de agora. O seu
desconhecimento destes valores, escondem a presença de quem pode lhe
ajudar e provocam sentimentos de ausência e distância. Não somos deuses,
mas não devemos nos permitir viver à sombra deles.
RITUAL DE ENTREGA (só mulheres)
Você
deve fazer este ritual numa praia, em água corrente e até visualizando
um destes ambientes. Primeiro mentalmente viaje até seu útero, no
momento do encontro se concentre. Respire profundamente e leve novamente
sua consciência para o útero. Agora respire pela vulva. Quando se achar
pronta, com o mar a sua frente, entre nele. Sinta a água acariciando
seus pés, ouça o barulho das ondas no seu eterno vai-e-vem. Chame então a
Iemanjá para que venha encontrá-la. Escolha um lugar onde você puder
boiar tranqüilamente e com segurança. Sinta as mãos da Iemanjá
acercando-se de você. Abandone-se em seu abraço, ela é mãe muito amorosa
e espetacular ouvinte. Renda-se aos seus carinhos e entregue-se sem
medo de ser feliz. Você está precisando revigorar sua vida amorosa,
procura um emprego ou um novo amor? Faça seus pedidos e também lhe fale
de todas suas angústias e aflições. Deixe que Iemanjá alivie os fardos
que carrega. Ela carregará consigo para o fundo do mar todos os seus
problemas e lhe trará sobre as ondas a certeza de dias melhores,
portanto abandone-se à imensidão do mar e do seu amor.
Quando
estiver pronta para voltar, agradeça a Iemanjá por estes doces momentos
passados com ela. Então estará livre para voltar à praia, sentindo-se
mais leve, viva e purificada.
OUTROS DADOS:
SAUDAÇÃO: Odô-fe-iaba! Odô-fe-iaba! Odô-fe-iaba!
MINERAL: Prata e platina.
DIMENSÃO ESOTÉRICA: Ocupa o primeiro raio juntamente com a orixá Nanã.
DIA DA SEMANA; Segunda-feira.
ERVAS
PARA BANHO E DEFUMAÇÃO: Jasmim, araticum-da-praia, folha-da-costa,
graviola, capeba, mãe-boa, musgo marinho encontrado nas pedras marinhas,
alcaparra, entre outras.
PLANETA: Lua
COR DA GUIA: Contas brancas cristalinas ou azul claras.
BEBIDAS: Água de coco, mel, água salgada ou potável, champanha e suco de suas próprias ervas e frutos.
FLORES: Rosas e palmas brancas.
COMIDAS: Canjica branca, peixe fritos, arroz, arroz-doce com mel, acaçá, pudim, etc.
FRUTOS: Mamão, graviola, uvas brancas, melancia.
PRECE PARA IEMANJÁ
Oh! Iemanjá, sereia do mar. Canto doce, acalanto dos aflitos.
Mãe do mundo tenha piedade de nós.
Benditas são as benções que vem do teu Reino.
Meu coração e minha Alma se abrem para receber as bênçãos de Iemanjá.
Mãe que protege, que sustenta, que leva embora toda dor.
Mãe dos Orixás, Mãe que cuida e zela pelos seus filhos e os filhos
de seus filhos.
Iemanjá, tua Luz norteia meus pensamentos e tuas águas
lavam minha cabeça.
O DÔ SEI ABÁ!
ORAÇÃO PARA IEMANJÁ
‘Vós
que governais as águas, derramai por sobre a humanidade a vossa
proteção, fazendo assim Divina Mãe, uma descarga em seus corpos
materiais, limpando suas almas e incutindo em seus corações o respeito e
a veneração devida a essa força da natureza que simbolizais.
Fluidificai
nossos espíritos e despertai nossa matéria de todas as impurezas que
hajam adquirido. Permiti que vossas falanges nos protejam e amparem,
assim o fazendo com toda a humanidade, nossa irmã. Salve Iemanjá, Rainha
dos mares.’
Livro: IEMANJÁ – Autor: J. EDSON ORPHANAKE
PRECE A MÃE IEMANJÁ
Oh! Doce e querida mamãe Iemanjá.
Vós
permitistes que no seio de vossa morada se formassem as primitivas
formas de vida, que formam o berço de toda a criação, de toda a
natureza, e de toda a humanidade, aceitai nossas preces de
reconhecimento e amor. Oh! Visão divina e celestial.
Que os
lampejos que emanam de vosso diáfano manto de estrelas venham, como
benéficas vibrações espirituais, aliviar os nossos males, curar aos
doentes, apaziguar os nossos irmãos irados, consolar os corações
aflitos.
Que as flores e oferendas que depositamos em vosso tapete
sagrado, sejam por vós aceitas e quando entrarmos nas águas para vos
ofertá-las sejam as ondas do mar portadoras de vossos fluidos divinos.
Fazei, Senhora rainha das águas, com que a espuma das ondas em sua
alvura imaculada traga-nos a presença de Oxalá, limpe os nossos corações
de todas as maldades e mal querências.
Que os nossos corpos,
tocados por vossas águas sagradas, libertem-se em cada onda que passa,
de todos os males matérias e espirituais.
Que a primeira onda a nos tocar afaste de nossas mentes todos os eventuais desejos de vingança.
Que a segunda onda lave nossos corações e nosso espírito, para que não atinjam as infâmias e mal querência de nossos desafetos.
Que a terceira onda afaste a vaidade de nossos corações.
Que a quarta onda lave nosso corpo de todos os males e doenças físicas para que, sadios, possamos prosseguir.
Que a quinta onda afaste de nossa mente a ganância e a cobiça.
Que
a sexta onda venha carregada de flores e que nosso maior desejo seja o
de cultivar o amor fraternal que deve existir entre todos os homens.
E
que ao passar a sétima onda, nós, puros e limpos de mente, corpo e
alma, possamos ver, ainda que apenas por alguns segundos o esplendor de
vossa radiosa imagem.
É o que humildemente vos suplicam os filhos de Umbanda.
RONALDO A. LINARES
IEMANJÁ
Iemanjá,
Mãe do Mundo,
Força que mantêm a criação,
Senhora de todos os bens,
Alento da própria vida…
Mãe magnânima de todas as mães,
O mar é o seu símbolo, o sal a sua marca.
Proteção é o seu aleitamento eterno,
Iemanjá – Mãe Querida,
Ajuda-nos com tua constância,
Exemplificando em nós o desejo
de perseverar-nos no amor ao nosso Pai OLORUN.
Odoiá Iemanjá.
ORAÇÃO PARA IEMANJÁ
Minha protetora Iemanjá.
Enfermeira dos que sofrem,consoladora dos aflitos,conselheira dos angustiados.
Mãe de todos.
Agradeço de tantas graças que nos concedes.
Indigno-me de tua áurea luminosa.
E rendo-te minha homenagem,rainha das águas.
Que contribui caridade e amor,entre todos os seus filhos.
Eu te agradeço senhora Mãe Iemanjá,por me atender nas horas que recorro a teus poderes divinas graças te dou Iemanjá.
Pelas
tuas radiações milagrosas,agradeço,dizendo,obrigado por tua proteção
constante que tens proporcionando por nossos irmãos que sofrem.
Curvo-me diante de ti e rogo-me,continue dando proteção a teus devotos.
Que dedicam amor profundo.
Que tua áurea bendita continue protegendo e vibrando bondade.
De paz e saúde sobre aqueles que te ajoelham suplicando aos seus pés.
Dai-nos a tua proteção pura e conforto da alma.
Suplico nesta mensagem porque creio em teu poder imenso assim seja.
Minha mãe querida Iemanjá.
PRECE A IEMANJÁ
Divina
Mãe, protetora dos pescadores e que governa a humanidade, dai-nos
proteção. Oh! Doce Iemanja, limpai as nossas auras, livrai-nos de todas
as tentações. És a força da natureza, linda deusa do amor e bondade
(faça o pedido). Ajude-nos descarregando as nossas matérias de todas as
impurezas e que a vossa falange nos proteja, dando-nos saúde e paz. Que
assim seja feita a vossa vontade.
ORAÇÃO PARA IEMANJÁ
‘Iemanjá,
derramai vossos poderosos fluídos sobre todos nós. Que vossa
misericórdia continue a se estender sobre todos os reinos. Que os fracos
sejam protegidos pelos vossos braços e que os humildes sejam
enaltecidos pelo ruído do mar. Que os movimentos das ondas transmitam
muita paz e amor. Que os orgulhosos percam a arrogância e sintam como é
bom ser bom, porque a maldade só nos torna pequenos perante o vosso
reino, Senhora. Que os doentes recebam de vós, minha Santa Rainha, a
cura para todos os males, através das emanações e de vossas vibrações e
que nós sejamos purificados em vossas sagradas águas. Que a força do
vosso reino seja para nós um escudo contra as más influências dos seres
inferiores, pois ainda somos crianças no reino em que vivemos e mal o
conhecemos. Que o vosso sagrado manto agasalhe todos os necessitados e
traga o vosso calor de Santa Mãe, que vós sois. Senhora, tende piedade
de tantos que, como eu, vos invocamos neste momento sublime. Atendei-nos
em nossos pedidos. Senhora Rainha do Mar e para tanto deixamos nossas
suplicas na sétima onda do vosso mar. Assim seja’.
Livro: IEMANJÁ – Autor: J, EDSON ORPHANAKE
ORAÇÃO PARA IEMANJÁ
‘Salve,
Estrela do Mar, deusa poderosíssima, mãe e advogada de todos os que
navegam no mar agitado da vida! À vossa valiosa proteção confia-nos o
vosso séqüito de auxiliares, sereias, ninfas, caboclas do mar, para
serem nossas guias, protetoras, consolo e alento durante as tempestades
da vida terrestre. Refugiamo-nos cheios de confiança e fé em vossa aura e
manto vibratório. Seja nossa guia, seja nosso farol, seja sempre nossa
brilhante estrela divina que nos orienta, a fim de que nunca pereçamos
nem nos falte rumo da rota segura que nos fará desviar dos escolhos do
mar agitado da vida material. Aceitai a minha devoção humilde como
símbolo de meu carinho e esperança, para que eu possa trilhar o caminho
vital com a mente limpa e o corpo sem os fluídos negativos que possam
dificultar minhas atividades. Assim seja’.
Livro: IEMANJÁ – Autor: J. EDSON ORPHANAKE
SÚPLICA A IEMANJÁ
‘Sereia
Rainha, protetora da fauna e flora marítima, guia dos marinheiros,
navegantes, pescadores e dos que se encontram perdidos nos mares da
existência, dirige também os humildes, os simples de coração, os fracos,
os aprendizes, os ignorantes e todos os que se desviaram da rota
correta com suas incertezas morais e evangélicas, navegando em ondas
tempestuosas sem divisar o porto seguro da perfeição espiritual …
Senhora
dos Oceanos, símbolo da fecundidade, da procriação e do princípio vital
surgido em suas águas, sê também a imagem da fecunda pureza a ser
seguida por aqueles que estão famintos de ajuda espiritual, sedentos de
Justiça e necessitados de caridade, criando nos cérebros de nossos
companheiros a consciência de nossa condição de irmãos vindos da mesma
origem e destinados a alcançar mundos elevados, integrando-os no Todo
que é Zâmbi, Olorum, Jeová, Deus, Consciência Cósmica ou qualquer outro
nome que se lhe dêem e tornando-nos iguais, porque assim o somos,
malgrado as aparências exteriores …
Orixá dos Mares,
representante das emoções, da reprodução e da restauração, conforme
crença de nossos antepassados africanos; controla as atividades emotivas
de nossas autoridades, políticos, dirigentes de grupos religiosos,
iluminando-lhes as mentes e os corações para produzirem idéias e
empreendimentos salutares visando minorar o sofrimento de milhares de
criaturas, diariamente atiradas em nossas tendas, terreiros, ilês e
templos, carregando pesado fardo de angústia, ansiedade, desespero,
doenças físicas e psíquicas, desequilibradas emocionalmente, em
decorrência de adversidades na luta pela sobrevivência ou da situação
difícil que atravessamos, sofrendo revezes e derrotas, à procura de
emprego, sofrendo a situação precária ou de outros fatores negativos que
lhes imponham sofrimentos morais e psicológicos …
Deusa
das Águas, juntamente com sua corte de sereias, ondinas e ninfas,
caboclas do mar e espíritos aquáticos, lava as impurezas da mente
daqueles que, afastados dos nobres ensinamentos do mestre Oxalá, guiados
pelo instinto animal, procedam mal, intentando toda sorte de maldades
contra o semelhante, para que, purificados em seus sentimentos,
entrevejam e se conscientizem de que somos todos células do mesmo
organismo social, humano, divino e, enquanto existir uma célula doente, o
corpo todo não está sadio …
Mãe Universal, faça que
todos se irmanem nos mesmos ideais e sentimentos cristãos de
fraternidade, união e compreensão; que os companheiros que forem às
praias para te homenagearem, o façam com todo respeito, afeto e carinho
e, acima de tudo, com esperança de um futuro melhor para o gênero
humano, sem mágoas, ódios ou ressentimentos, mas com amor, a única
semente capaz de gerar bons frutos, sê, querida Sereia, a base
devocional de nossa estimada Umbanda, fazendo-a progredir para o bem
comum; que todos, na praia, à beira de teu encantado Reino líquido, se
dêem as mãos e se unam em bondade, caridade e amor uns aos outros para,
limpos das impurezas dos vícios e imperfeições materiais, estejam aptos a
alcançarem o plano angélico, a meta mais próxima do estágio humano,
para breve podermos nos integrar na Mente Divina em Sua glória e
onipotência …’
Livro: IEMANJÁ – Autor: J. EDSON ORPHANAKE
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