quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Salve, Estrela do Mar, deusa poderosíssima, mãe e advogada de todos os que navegam no mar agitado da vida! O DÔ SEI ABÁ!

Os encantos de Yemanjá

O Brasil é orgulhoso do grande império de suas águas. Principalmente o mar, de todas as cores, matizes e luzes é o Grande Senhor da nossa costa, que penetrando por todos os lados desse imenso país, abraça nossa terra, em enseadas, golfos e baías.

Mas apesar de sua beleza, no mar há uma força maior, uma força que impera, que reina a Senhora absoluta de todas as águas, de tudo que vive na água e possa viver. Há sim, uma força que ordena e não pede, que manda e que decide sobre o vida dos pescadores, de todos que se aventurarem a entrar em seu território e de todos aqueles que têm vistas para alcançar o verde de seu mar.

Em cada canto desses mares, nas ondas dos surfistas, nas praias, nas cabanas dos pescadores, nos altos desses montes, Ela será sempre a Grande Senhora. Ninguém pode se atrever a dizer que não é vassalo servil do grande reino de Iemanjá. Porque de fato, Iemanjá é a Rainha das águas. A tranqüilidade na superfície do mar, ou a tempestade rugindo, as ondas quebrando-se sobre as embarcações ou sobre as praias, tudo é conduzido pela sua mão suprema.

Nada se altera, nada se faz ou se transforma, sem que seja sua vontade. Iemanjá de tantos poderes, de tantos nomes e tantos filhos, sempre foi exaltada por negros e brancos e seu culto se verifica de norte a sul no Brasil.

MITOLOGIA

LENDA (Arthur Ramos)

Com o casamento de Obatalá, o Céu, com Odudua, a Terra, que se iniciam as peripécias dos deuses africanos. Dessa união nasceram Aganju, a Terra, e Iemanjá (yeye ma ajá = mãe cujos filhos são peixes), a Água. Como em outras antigas mitologias, a terra e a água se unem. Iemanjá desposa o seu irmão Aganju e tem um filho, Orungã.

Orungã, o Édipo africano, representante de um motivo universal, apaixona-se por sua mãe, que procura fugir de seus ímpetos arrebatados. Mas Orungã não pode renunciar àquela paixão insopitável. Aproveita-se, certo dia, da ausência de Aganju, o pai, e decide-se a violentar Iemanjá. Essa foge e põe-se a correr, perseguida por Orungã. Ia esse quase alcançá-la quando Iemanjá cai no chão, de costas e morre. Imediatamente seu corpo começa a dilatar-se. Dos enormes seios brotaram duas correntes de água que se reúnem mais adiante até formar um grande lago. E do ventre desmesurado, que se rompe, nascem os seguintes deuses: Dadá, deus dos vegetais; Xango, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do mar; Oloxá, deusa dos lagos; Oiá, deusa do rio Niger; Oxum, deusa do rio Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Orixá Okô, deusa da agricultura; Oxóssi, deus dos caçadores; Oké, deus dos montes; Ajê Xaluga, deus da riqueza; Xapanã (Shankpannã), deus da varíola; Orum, o Sol; Oxu, a Lua.

Os orixás que sobreviveram no Brasil foram: Obatalá (Oxalá), Iemanjá (por extensão, outras deusas-mães) e Xango (por extensão, os outros orixás fálicos).

Com Iemanjá, vieram mais dois orixás yorubanos, Oxum e Anamburucu (Nanamburucu). Em nosso país houve uma forte confluência mítica: com as Deusas-Mães, sereias do paganismo supérstite europeu, as Nossas Senhoras católicas, as iaras ameríndias.

A Lenda tem um simbolismo muito significativo, contando-nos que da reunião de Obatalá e Odudua (fundaram o Aiê, o "mundo em forma"), surgiu uma poderosa energia, ligada desde o princípio ao elemento líquido. Esse Poder ficou conhecido pelo nome de Iemanjá.

Durante os milhões de anos que se seguiram, antigas e novas divindades foram unindo-se à famosa Orixá das águas, como foi o caso de Omolu, que era filho de Nanã, mas foi criado por Iemanjá.

Antes disso, Iemanjá dedicava-se à criação de peixes e ornamentos aquáticos, vivendo em um rio que levava seu nome e banhava as terras da nação de Egbá.

Quando convocada pelos soberanos, Iemanjá foi até o rio Ogun e de lá partiu para o centro de Aiê para receber seu emblema de autoridade: o abebé (leque prateado em forma de peixe com o cabo a partir da cauda), uma insígnia real que lhe conferiu amplo poder de atuar sobre todos os rios, mares, e oceanos e também dos leitos onde as massas de águas se assentam e se acomodam.

Obatalá e Odudua, seus pais, estavam presentes no cerimonial e orgulhosos pela força e vigor da filha, ofereceram para a nova Majestade das Águas, uma jóia de significativo valor: a Lua, um corpo celeste de existência solitária que buscava companhia. Agradecida aos pais, Iemanjá nunca mais retirou de seu dedo mínimo o mágico e resplandecente adorno de quatro faces. A Lua, por sua vez, adorou a companhia real, mas continuou seu caminho, ora crescente, ora minguante..., mas sempre cheia de amor para ofertar.

A bondosa mãe Iemanjá, adorava dar presentes e ofereceu para Oiá o rio Níger com sua embocadura de nove vertentes; para Oxum, dona das minas de ouro, deu o rio Oxum; para Ogum o direito de fazer encantamentos em todas as praias, rios e lagos, apelidando-o de Ogum-Beira-mar, Ogum-Sete-ondas entre outros.

Muitos foram os lagos e rios presenteados pela mãe Iemanjá a seus filhos, mas quanto mais ofertava, mais recebia de volta. Aqui se subtrai o ensinamento de que "é dando que se recebe".

IEMANJÁ ABRASILEIRADA

Iemanjá, a Rainha do Mar e Mãe de quase todos os Orixás, é uma Deusa abrasileirada, sendo resultado da miscigenação de elementos europeus, ameríndios e africanos.

É um mito de poder aglutinador, reforçado pelos cultos de que é objeto no candomblé, principalmente na Bahia. É também considerada a Rainha das Bruxas e de tudo que vem do mar, assim como é protetora dos pescadores e marinheiros. Governa os poderes de regeneração e pode ser comparada à Deusa Ísis.

Os grandes seios ostentados por Iemanjá, deve-se à sua origem pela linha africana, aliás, ela já chegou ao Brasil como resultado da fusão de Kianda angolense (Deusa do Mar) e Iemanjá (Deusa dos Rios). Os cabelos longos e lisos prendem-se à sua linhagem ameríndia e é em homenagem à Iara dos tupis.

De acordo com cada região que a cultua recebe diversos nomes: Sereia do Mar, Princesa do Mar, Rainha do Mar, Inaê, Mucunã, Janaína. Sua identificação na liturgia católica é: Nossa Senhora de Candeias, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora da Piedade e Virgem Maria.

Do mesmo modo que varia seu nome, variam também suas formas de culto. A sua festa na Bahia, por exemplo é realizada no dia 2 de fevereiro, dia de Nossa Senhora das Candeias. Mas já o Rio de Janeiro é dia 29 de dezembro que se realiza suas festividades. As oferendas também diferem, mais a maioria delas consiste em pequenos presentes tais como: pentes, velas, sabonetes, espelhos, flores, etc. Na celebração do Solstício de Verão, seus filhos devotos vão às praias vestidos de branco e entregam ao mar barcos carregados de flores e presentes. Às vezes ela aceita as oferendas, mas algumas vezes manda-as de volta. Ela leva consigo para o fundo do mar todos os nossos problemas, aflições e nos trás sobre as ondas a esperança de um futuro melhor.

COMO É IEMANJÁ?

Iemanjá apresenta-se logo com um tipo inconfundível de beleza. No seu reinado, o fascínio de sua beleza é tão grande como o seu poder. Ora é de um encanto infinito, de longos cabelos negros, de faces delicadas, olhos, nariz e boca jamais vistos, toda ela graça e beleza de mulher.

Outras vezes, Iemanjá continua bela, mas pode apresentar-se como a Iara, metade mulher, metade peixe, as sereias dos candomblés do caboclo. Como um orixá marítimo, ela é a mais prestigiosa entidade feminina dos candomblés da Bahia, recebe rituais de oferendas e grandes festas lhe são dedicadas, indo embarcações até o alto-mar para lhe atirar mimos e presentes. Protetoras das viagens e dos marinheiros, obteve o processo sincrético, passando a ser a Afrodite brasileira, padroeira dos amores, dispondo sobre uniões, casamentos e soluções amorosas. Quem vive no mar ou depende de amores é devoto de Iemanjá. Convergem para ela orações e súplicas no estilo e ritmos católicos.

Mas o que importa seus nomes, suas formas e aparência, se nada modifica a força de seu império, senão altera a grandeza do seu reinado?

Queixas são contadas a Iemanjá, esperanças dela provêm, planos e projetos de amor, de negócios, de vingança, podem ser executados caso ela venha a dar seu assentimento.

Grande foi o número de ondas que se quebrou na praia, mas maior ainda, foi o caminho percorrido pelo mito da divindade das águas. Das Sereias do Mediterrâneo, que tentaram seduzir Ulisses, às Mouras portuguesas, à Mãe D'água dos iorubanos, ao nosso primitivo Igpupiara, às Iaras, ao Boto, até Iemanjá. E, neste longo caminhar, a própria personalidade desta Deusa, ligada anteriormente à morte, apresenta-se agora como protetora dos pescadores e garantidora de boa pesca, sempre evoluindo para transformar-se na deusa propiciadora de bom Ano Novo para os brasileiros e para todos que nesta terra de Sol e Mar habitam.

DEUSA LUNAR DA MUDANÇA

A Deusa Iemanjá rege a mudança rítmica de toda a vida por estar ligada diretamente ao elemento água. É Iemanjá que preside todos os rituais do nascimento e à volta as origens, que é a morte. Está ainda ligada ao movimento que caracteriza as mudanças, à expansão e o desenvolvimento.

É ela, como a Deusa Ártemis o arquétipo responsável pela identificação que as mulheres experimentam de si mesmas e que as definem individualmente.

Iemanjá quando dança, corta o ar com uma espada na mão. Esse corte é um ato psíquico que conduz a individualização, pois Iemanjá separa o que deve ser separado, deixando somente o que é necessário para que se apresente a individualidade.

Sua espada, portanto, é um símbolo de poder cortante que permite a discriminação ordenativa, mas que também pode levar ao seu abraço de sereia, à regressão e à morte.

Em sua dança, Iemanjá coloca a mão na cabeça, um ato indicativo de sua individualidade e por isso, é chamada de"Yá Ori", ou "Mãe de Cabeça". Depois ela toca a nuca com a mão esquerda e a testa com a mão direita. A nuca é símbolo do passado dos homens, ao inconsciente de onde todos nós viemos. Já a testa, está ligada ao futuro, ao consciente e a individualidade.

A dança de Iemanjá pode ser percebida como uma representação mítica da origem da humanidade, do seu passado, do seu futuro e sua individualização consciente. É essa união antagônica que nos dá o direito de vivermos o "aqui" e o "agora", pois sem "passado", não temos o "presente" e sem a continuidade do presente, não teremos "futuro". Sugere ainda, que a totalidade está na união dos opostos do consciente com o inconsciente e dos aspectos masculinos com os femininos.

Como Deusa Lunar, Iemanjá tem como principal característica a "mudança". Ela nos ensina, que para toda a mulher, o caráter cíclico da vida é a coisa mais natural, embora seja incompreendido pelo sexo masculino.

A natureza da mulher é impessoal e inerente a ela como um ser feminino e altera-se com os ciclos da lua: fase crescente, cheia, meia-fase até a lua obscura. Essas mudanças não só se refletem nas marés, mas também no ciclo mensal das mulheres, produzindo um ritmo complexo e difícil de entender. A vida física e psíquica de toda a mulher é afetada pela revolução da lua e a compreensão desse fenômeno nos propicia o conhecimento de nossa real natureza instintiva. Em poder desse conhecimento, podemos domesticar com o esforço consciente as inclinações cíclicas que operam-se a nível inconsciente e nos tornarmos não tão dependentes desses aspectos escondidos de nossa natureza semelhante aos da lua.

ARQUÉTIPO DA MATERNIDADE

Iemanjá é por excelência, arquétipo da maternidade. Casada com Oxalá, gerou quase todos os outros orixás. É tão generosa quanto as águas que representa e cobrem uma boa parte do planeta.

Iemanjá é o útero de toda a vida, elevada à posição principal da figura materna no panteão de iorubá (Ymoja). Seu sincretismo com a Nossa Senhora e a Virgem Maria lhe conferem a supremacia hierárquica na função materna que representa. É a Deusa da compaixão, do perdão e do amor incondicional. Ela é "toda ouvidos" para escutar seus filhos e os acalenta no doce balanço de suas ondas. Ela representa as profundezas do inconsciente, o movimento rítmico, tudo que é cíclico e repetitivo. A força e a determinação são suas características básicas, assim como o seu gratuito sentimento de amizade.

Como Deusa da fecundidade, da procriação, da fertilidade e do amor, Iemanjá é normalmente representada como uma mulher gorda, baixa, com proeminentes seios e grande ventre. Pode, também como já falamos, aparecer na forma de uma sereia. Mas, não importando suas características, ela sempre se apresentará vinculada ao simbolismo da maternidade.



Iemanjá surge nas espumas das ondas do mar para nos dizer que é tempo de "entrega". Você está carregando em seus ombros um fardo mais pesado do que possa carregar? Acha que deve realizar tudo sozinha(o) e não precisa de ninguém? Você é daquelas pessoas que "esmurra ponta de prego" e quer conseguir seu intento nem que tenha que usar à força? Pois saiba que a entrega não significa derrota. Pedir ajuda também não é humilhação, a vida tem mais significado quando compartilhamos nossos momentos com mais alguém. Geralmente esta entrega ocorre em nossas vidas forçosamente. Se dá naqueles momentos em que nos encontramos no "fundo do poço", sem mais alternativas de saída, então nos viramos e entregamos "à Deus" a solução. E, é exatamente nesta hora que encontramos respostas, que de maneira geral, eram mais simples do que imaginávamos. A totalidade é alimentada quando você compreende que o único modo de passar por algumas situações é entrega-se e abrir-se para algo maior.

Quando abrimos uma brecha em nosso coração e deixamos que a Deusa atue em nós, alcançamos o que almejamos. Entrega é confiança, mas tente pelo menos uma vez entregar-se, pois lhe asseguro que a confiança virá e será tão cega e profunda quando a sua desconfiança de agora. O seu desconhecimento destes valores, escondem a presença de quem pode lhe ajudar e provocam sentimentos de ausência e distância. Não somos deuses, mas não devemos nos permitir viver à sombra deles.

RITUAL DE ENTREGA (só mulheres)

Você deve fazer este ritual numa praia, em água corrente e até visualizando um destes ambientes. Primeiro mentalmente viaje até seu útero, no momento do encontro se concentre. Respire profundamente e leve novamente sua consciência para o útero. Agora respire pela vulva. Quando se achar pronta, com o mar a sua frente, entre nele. Sinta a água acariciando seus pés, ouça o barulho das ondas no seu eterno vai-e-vem. Chame então a Iemanjá para que venha encontrá-la. Escolha um lugar onde você puder boiar tranqüilamente e com segurança. Sinta as mãos da Iemanjá acercando-se de você. Abandone-se em seu abraço, ela é mãe muito amorosa e espetacular ouvinte. Renda-se aos seus carinhos e entregue-se sem medo de ser feliz. Você está precisando revigorar sua vida amorosa, procura um emprego ou um novo amor? Faça seus pedidos e também lhe fale de todas suas angústias e aflições. Deixe que Iemanjá alivie os fardos que carrega. Ela carregará consigo para o fundo do mar todos os seus problemas e lhe trará sobre as ondas a certeza de dias melhores, portanto abandone-se à imensidão do mar e do seu amor.


Quando estiver pronta para voltar, agradeça a Iemanjá por estes doces momentos passados com ela. Então estará livre para voltar à praia, sentindo-se mais leve, viva e purificada.

OUTROS DADOS:

SAUDAÇÃO: Odô-fe-iaba! Odô-fe-iaba! Odô-fe-iaba!

MINERAL: Prata e platina.

DIMENSÃO ESOTÉRICA: Ocupa o primeiro raio juntamente com a orixá Nanã.

DIA DA SEMANA; Segunda-feira.

ERVAS PARA BANHO E DEFUMAÇÃO: Jasmim, araticum-da-praia, folha-da-costa, graviola, capeba, mãe-boa, musgo marinho encontrado nas pedras marinhas, alcaparra, entre outras.

PLANETA: Lua

COR DA GUIA: Contas brancas cristalinas ou azul claras.

BEBIDAS: Água de coco, mel, água salgada ou potável, champanha e suco de suas próprias ervas e frutos.

FLORES: Rosas e palmas brancas.

COMIDAS: Canjica branca, peixe fritos, arroz, arroz-doce com mel, acaçá, pudim, etc.

FRUTOS: Mamão, graviola, uvas brancas, melancia.

PRECE PARA IEMANJÁ

Oh! Iemanjá, sereia do mar. Canto doce, acalanto dos aflitos.
Mãe do mundo tenha piedade de nós.
Benditas são as benções que vem do teu Reino.
Meu coração e minha Alma se abrem para receber as bênçãos de Iemanjá.

Mãe que protege, que sustenta, que leva embora toda dor.
Mãe dos Orixás, Mãe que cuida e zela pelos seus filhos e os filhos
de seus filhos.
Iemanjá, tua Luz norteia meus pensamentos e tuas águas
lavam minha cabeça.

O DÔ SEI ABÁ!


ORAÇÃO PARA IEMANJÁ


‘Vós que governais as águas, derramai por sobre a humanidade a vossa proteção, fazendo assim Divina Mãe, uma descarga em seus corpos materiais, limpando suas almas e incutindo em seus corações o respeito e a veneração devida a essa força da natureza que simbolizais.

Fluidificai nossos espíritos e despertai nossa matéria de todas as impurezas que hajam adquirido. Permiti que vossas falanges nos protejam e amparem, assim o fazendo com toda a humanidade, nossa irmã. Salve Iemanjá, Rainha dos mares.’

Livro: IEMANJÁ – Autor: J. EDSON ORPHANAKE


PRECE A MÃE IEMANJÁ

Oh! Doce e querida mamãe Iemanjá.
Vós permitistes que no seio de vossa morada se formassem as primitivas formas de vida, que formam o berço de toda a criação, de toda a natureza, e de toda a humanidade, aceitai nossas preces de reconhecimento e amor. Oh! Visão divina e celestial.
Que os lampejos que emanam de vosso diáfano manto de estrelas venham, como benéficas vibrações espirituais, aliviar os nossos males, curar aos doentes, apaziguar os nossos irmãos irados, consolar os corações aflitos.
Que as flores e oferendas que depositamos em vosso tapete sagrado, sejam por vós aceitas e quando entrarmos nas águas para vos ofertá-las sejam as ondas do mar portadoras de vossos fluidos divinos. Fazei, Senhora rainha das águas, com que a espuma das ondas em sua alvura imaculada traga-nos a presença de Oxalá, limpe os nossos corações de todas as maldades e mal querências.
Que os nossos corpos, tocados por vossas águas sagradas, libertem-se em cada onda que passa, de todos os males matérias e espirituais.
Que a primeira onda a nos tocar afaste de nossas mentes todos os eventuais desejos de vingança.
Que a segunda onda lave nossos corações e nosso espírito, para que não atinjam as infâmias e mal querência de nossos desafetos.
Que a terceira onda afaste a vaidade de nossos corações.
Que a quarta onda lave nosso corpo de todos os males e doenças físicas para que, sadios, possamos prosseguir.
Que a quinta onda afaste de nossa mente a ganância e a cobiça.
Que a sexta onda venha carregada de flores e que nosso maior desejo seja o de cultivar o amor fraternal que deve existir entre todos os homens.
E que ao passar a sétima onda, nós, puros e limpos de mente, corpo e alma, possamos ver, ainda que apenas por alguns segundos o esplendor de vossa radiosa imagem.
É o que humildemente vos suplicam os filhos de Umbanda.

RONALDO A. LINARES



IEMANJÁ


Iemanjá,
Mãe do Mundo,
Força que mantêm a criação,
Senhora de todos os bens,
Alento da própria vida…
Mãe magnânima de todas as mães,
O mar é o seu símbolo, o sal a sua marca.
Proteção é o seu aleitamento eterno,
Iemanjá – Mãe Querida,
Ajuda-nos com tua constância,
Exemplificando em nós o desejo
de perseverar-nos no amor ao nosso Pai OLORUN.

Odoiá Iemanjá.



ORAÇÃO PARA IEMANJÁ


Minha protetora Iemanjá.
Enfermeira dos que sofrem,consoladora dos aflitos,conselheira dos angustiados.
Mãe de todos.
Agradeço de tantas graças que nos concedes.
Indigno-me de tua áurea luminosa.
E rendo-te minha homenagem,rainha das águas.
Que contribui caridade e amor,entre todos os seus filhos.
Eu te agradeço senhora Mãe Iemanjá,por me atender nas horas que recorro a teus poderes divinas graças te dou Iemanjá.
Pelas tuas radiações milagrosas,agradeço,dizendo,obrigado por tua proteção constante que tens proporcionando por nossos irmãos que sofrem.
Curvo-me diante de ti e rogo-me,continue dando proteção a teus devotos.
Que dedicam amor profundo.
Que tua áurea bendita continue protegendo e vibrando bondade.
De paz e saúde sobre aqueles que te ajoelham suplicando aos seus pés.
Dai-nos a tua proteção pura e conforto da alma.
Suplico nesta mensagem porque creio em teu poder imenso assim seja.
Minha mãe querida Iemanjá.



PRECE A IEMANJÁ

Divina Mãe, protetora dos pescadores e que governa a humanidade, dai-nos proteção. Oh! Doce Iemanja, limpai as nossas auras, livrai-nos de todas as tentações. És a força da natureza, linda deusa do amor e bondade (faça o pedido). Ajude-nos descarregando as nossas matérias de todas as impurezas e que a vossa falange nos proteja, dando-nos saúde e paz. Que assim seja feita a vossa vontade.
ORAÇÃO PARA IEMANJÁ

‘Iemanjá, derramai vossos poderosos fluídos sobre todos nós. Que vossa misericórdia continue a se estender sobre todos os reinos. Que os fracos sejam protegidos pelos vossos braços e que os humildes sejam enaltecidos pelo ruído do mar. Que os movimentos das ondas transmitam muita paz e amor. Que os orgulhosos percam a arrogância e sintam como é bom ser bom, porque a maldade só nos torna pequenos perante o vosso reino, Senhora. Que os doentes recebam de vós, minha Santa Rainha, a cura para todos os males, através das emanações e de vossas vibrações e que nós sejamos purificados em vossas sagradas águas. Que a força do vosso reino seja para nós um escudo contra as más influências dos seres inferiores, pois ainda somos crianças no reino em que vivemos e mal o conhecemos. Que o vosso sagrado manto agasalhe todos os necessitados e traga o vosso calor de Santa Mãe, que vós sois. Senhora, tende piedade de tantos que, como eu, vos invocamos neste momento sublime. Atendei-nos em nossos pedidos. Senhora Rainha do Mar e para tanto deixamos nossas suplicas na sétima onda do vosso mar. Assim seja’.

Livro: IEMANJÁ – Autor: J, EDSON ORPHANAKE


ORAÇÃO PARA IEMANJÁ

‘Salve, Estrela do Mar, deusa poderosíssima, mãe e advogada de todos os que navegam no mar agitado da vida! À vossa valiosa proteção confia-nos o vosso séqüito de auxiliares, sereias, ninfas, caboclas do mar, para serem nossas guias, protetoras, consolo e alento durante as tempestades da vida terrestre. Refugiamo-nos cheios de confiança e fé em vossa aura e manto vibratório. Seja nossa guia, seja nosso farol, seja sempre nossa brilhante estrela divina que nos orienta, a fim de que nunca pereçamos nem nos falte rumo da rota segura que nos fará desviar dos escolhos do mar agitado da vida material. Aceitai a minha devoção humilde como símbolo de meu carinho e esperança, para que eu possa trilhar o caminho vital com a mente limpa e o corpo sem os fluídos negativos que possam dificultar minhas atividades. Assim seja’.

Livro: IEMANJÁ – Autor: J. EDSON ORPHANAKE



SÚPLICA A IEMANJÁ

‘Sereia Rainha, protetora da fauna e flora marítima, guia dos marinheiros, navegantes, pescadores e dos que se encontram perdidos nos mares da existência, dirige também os humildes, os simples de coração, os fracos, os aprendizes, os ignorantes e todos os que se desviaram da rota correta com suas incertezas morais e evangélicas, navegando em ondas tempestuosas sem divisar o porto seguro da perfeição espiritual …

Senhora dos Oceanos, símbolo da fecundidade, da procriação e do princípio vital surgido em suas águas, sê também a imagem da fecunda pureza a ser seguida por aqueles que estão famintos de ajuda espiritual, sedentos de Justiça e necessitados de caridade, criando nos cérebros de nossos companheiros a consciência de nossa condição de irmãos vindos da mesma origem e destinados a alcançar mundos elevados, integrando-os no Todo que é Zâmbi, Olorum, Jeová, Deus, Consciência Cósmica ou qualquer outro nome que se lhe dêem e tornando-nos iguais, porque assim o somos, malgrado as aparências exteriores …

Orixá dos Mares, representante das emoções, da reprodução e da restauração, conforme crença de nossos antepassados africanos; controla as atividades emotivas de nossas autoridades, políticos, dirigentes de grupos religiosos, iluminando-lhes as mentes e os corações para produzirem idéias e empreendimentos salutares visando minorar o sofrimento de milhares de criaturas, diariamente atiradas em nossas tendas, terreiros, ilês e templos, carregando pesado fardo de angústia, ansiedade, desespero, doenças físicas e psíquicas, desequilibradas emocionalmente, em decorrência de adversidades na luta pela sobrevivência ou da situação difícil que atravessamos, sofrendo revezes e derrotas, à procura de emprego, sofrendo a situação precária ou de outros fatores negativos que lhes imponham sofrimentos morais e psicológicos …

Deusa das Águas, juntamente com sua corte de sereias, ondinas e ninfas, caboclas do mar e espíritos aquáticos, lava as impurezas da mente daqueles que, afastados dos nobres ensinamentos do mestre Oxalá, guiados pelo instinto animal, procedam mal, intentando toda sorte de maldades contra o semelhante, para que, purificados em seus sentimentos, entrevejam e se conscientizem de que somos todos células do mesmo organismo social, humano, divino e, enquanto existir uma célula doente, o corpo todo não está sadio …

Mãe Universal, faça que todos se irmanem nos mesmos ideais e sentimentos cristãos de fraternidade, união e compreensão; que os companheiros que forem às praias para te homenagearem, o façam com todo respeito, afeto e carinho e, acima de tudo, com esperança de um futuro melhor para o gênero humano, sem mágoas, ódios ou ressentimentos, mas com amor, a única semente capaz de gerar bons frutos, sê, querida Sereia, a base devocional de nossa estimada Umbanda, fazendo-a progredir para o bem comum; que todos, na praia, à beira de teu encantado Reino líquido, se dêem as mãos e se unam em bondade, caridade e amor uns aos outros para, limpos das impurezas dos vícios e imperfeições materiais, estejam aptos a alcançarem o plano angélico, a meta mais próxima do estágio humano, para breve podermos nos integrar na Mente Divina em Sua glória e onipotência …’

Livro: IEMANJÁ – Autor: J. EDSON ORPHANAKE

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