terça-feira, 16 de julho de 2013

Ciladas
Médium: Divaldo Franco Autor: Joanna de Ângelis

Na trajetória humana em favor do desenvolvimento moral e intelectual, o Espírito, não poucas vezes, defronta armadilhas bem urdidas, nas quais tomba, de maneira irreversível, comprometendo-se por largo período...

Constituem testes à resistência moral de todo jornadeiro que se aprimora através das experiências da evolução.
Ninguém, que desempenhe funções ou papéis relevantes, que não seja surpreendido por esses mecanismos perigosos que lhe põem à prova a capacidade mental e as resistências morais.
Sutis, algumas vezes, apresentam-se como dourados atrativos que seduzem e terminam por envilecer o caráter de quem lhes aquiesce ao convite..
Noutras ocasiões, surgem de inopino, ameaçadoras e voluptuosas, surpreendendo e obrigando as vítimas a capitular, inermes, interrompendo o ritmo do ideal, da conduta, do trabalho a que se
afervoram.
Algumas anunciam favores e glórias fascinantes que atingem a sensibilidade emocional, levando a paixões de afetividade doentia...

Inúmeras outras assumem o odioso aspecto da animosidade e da perseguição inclemente e gratuita, que termina por desestruturar aquele que lhe padece o cerco.
Normalmente, fazem-se insinuantes e agradáveis, sem aparente malícia nem mácula, culminando pelo envolvimento daquele que se permite fascinar pelo engodo de que se revestem.
Semelhante ao que ocorre com os insetos colhidos nas malhas brilhantes da teia de aranha que os 

espreita, a fim de devorá-los depois, logra êxito em razão dos fios viscosos e de aparência inocente que retêm as presas incautas, impossibilitadas de qualquer forma de libertação.
Existem s ciladas licenciosas, vulgares, insensatas, em que muitos corações gentis e dóceis se enleiam, comprazendo-se, irresponsavelmente, no comportamento divertido que se torna chulo e
perturbador.
Diversas outras são refinadas e trabalham a presunção do indivíduo
invigilante, afastando-o do convívio social saudável que parece
asfixiá-lo, isolando-o na alienação da falsa autossuficiência....

As ciladas constituem recursos perturbadores durante a experiência
humana que têm a finalidade de proporcionar a aquisição de
resistências espirituais e de valores pessoais ao indivíduo, mediante
os quais o Espírito se enriquece de sabedoria,.
Todos os seres humanos, de uma ou de outra maneira, experimentam-nas
durante a vilegiatura terrestre.
Há, porém, outro gênero de ciladas perversas que merecem atenção
redobrada. Trata-se daquelas que são programadas no mundo espiritual
inferior, nas quais se comprazem os Espíritos invejosos, atrasados,
primários e os malvados que se transformam em obsessores, verdadeiros
verdugos das demais criaturas humanas, individualmente, assim como da
sociedade terrestre como um todo...

Odiando o progresso moral, do qual se alijaram por vontade própria,
elegendo o sofrimento decorrente da ignorância em relação à Verdade
como diretriz de segurança pessoal, esses Espíritos infelizes
transformam-se em inimigos do Bem, que pensam impedir de expressar-se,
assim como da felicidade do próximo que invejam.
Quando alguém se alça acima da craveira comum e chama a atenção pelos
valores éticos, culturais, políticos, religiosos ou de qualquer outra


natureza, investem, furibundos, contra, gerando situações embaraçosas,
complicando-lhes os relacionamentos e comprazendo-se em afligi-los...

São hábeis nas técnicas de inspiração doentia, trabalhando as
reflexões mentais daqueles a quem antipatizam com vibrações
perniciosas e extravagantes que desajustam as suas vítimas.
Noutras ocasiões, trata-se de inimigos de existências passadas, que
mantêm ressentimento em forma de rancor e desejo incontrolável de
vingança na sua morbidez dominadora.
Insinuam idéias de enfermidades simulacros, transmitem sensações
doentias, envolvem em ondas mentais depressivas, suspeitosas ou de
violência, em contínuas tentativas de alienar aqueles que lhes caem
nas ciladas mentais.
Ociosos e insensíveis à compaixão ou à fraternidade, persistem com
virulência nos seus propósitos infelizes, tornando-se inflexíveis na
razão direta em que encontram resistência naqueles que pretendem
azorragar.
Atiram pessoas irresponsáveis e igualmente ignorantes contra quem se
esforça por superar as inclinações inferiores, tornando-se
patrulheiros inconseqüentes dos seus atos, em razão de não desejarem
sintonia com as suas mazelas.
Estimulam a sensualidade e provocam paixões tórridas de conseqüências
desastrosas, desrespeitam os sagrados vínculos do matrimônio, da
fidelidade, da consideração que todos se devem reciprocamente.
Acompanham aqueles que estão sob a sua alça de mira na condição de
vigias impiedosos, sempre aguardando qualquer brecha mental, emocional
ou moral, a fim de iniciarem as vinculações obsessivas, mediante as
quais pensam em destruí-los.
No que diz respeito aos trabalhadores do Evangelho de Jesus através da
revelação espírita, iracundos e violentos tudo investem, na sua sanha
alucinada, para impedir-lhes o cumprimento dos nobres deveres
abraçados.
Certamente, ninguém se encontra sem a proteção do Senhor da Vinha
através dos Seus emissários e dos Seus próprios benfeitores que Lhe
executam a vontade.
Nada obstante, as ciladas que padecem os trabalhadores do Bem, fazem
parte do esquema para a aprendizagem superior a respeito da realidade
imortalista na qual todos nos encontramos mergulhados.
Essas experiências também ensinam como se deve comportar o obreiro de
Jesus diante dos famigerados enfermos da alma, que se demoram na
erraticidade necessitados de compaixão e de socorro.
Constituem treinamento para o futuro, quando convocado às tarefas de
misericórdia em regiões dolorosas onde os mesmos se homiziam.

* * *

Nunca desanimes, quando te sentires assediado por esses vândalos do
mundo espiritual inferior.
Quanto mais responsabilidades tenhas, maior será o cerco em volta dos
teus passos.
Porque és fiel ao objetivo que persegues, mais violentas serão as
técnicas usadas nas ciladas que preparam.
Dulcifica-te e não reajas ao mal.
Age com bondade e sê fiel em qualquer circunstância do ideal ao qual
te afervoras.
Nunca revides, mesmo quando agredido, desperdiçando valiosa quota de
energia com o que realmente não tem significado real, exceto aquele
que lhe atribuis.
Ora e confia, alegrando-te quando sob chuva de calhaus e sorrindo
quando jornadeando sobre cardos, deixando pegadas de dor e de júbilo
pelo caminho, a fim de que demonstres que segues Aquele que,
aparentemente morreu vencido em uma cruz de vergonha, e que, após essa
máxima cilada dos maus, retornou Triunfante conforme prometera.